Pular para o conteúdo
Home » Todos os posts » Paralisia do sono: o que é e por que acontece?

Paralisia do sono: o que é e por que acontece?

melatonina para que serve
6 minutos de leitura

A paralisia do sono é uma experiência perturbadora em que a pessoa, enquanto dorme, desperta consciente, mas não consegue se mexer ou falar.

O fenômeno ocorre durante a transição entre o sono e a vigília e, embora pareça assustador, tem explicações científicas claras. 

Veja a seguir qual a razão de ocorrer paralisia do sono e quais pessoas são mais vulneráveis a passar por essa situação!

O que é a paralisia do sono?

A paralisia do sono é um distúrbio temporário em que o cérebro desperta antes do corpo, impedindo o movimento e a fala.

Geralmente, ocorre ao adormecer ou ao acordar. Onde o episódio pode durar segundos ou minutos, gerando uma sensação de pânico, sufocamento e até alucinações visuais ou auditivas.

Durante o sono, o corpo entra em um estado de relaxamento profundo, principalmente na fase REM, quando ocorrem os sonhos mais intensos. Nesse momento, os músculos são “desligados” para evitar movimentos involuntários.

Com isso, a paralisia do sono ocorre quando há uma falha na sincronização entre o despertar do cérebro e o relaxamento do corpo, fazendo com que a mente fique alerta, mas os músculos não respondam.

Essa falta de controle sobre o próprio corpo, combinada com a consciência do ambiente, cria uma sensação de vulnerabilidade.

Muitas pessoas relatam sentir uma pressão no peito ou a presença de algo ou alguém no quarto, o que pode ser explicado pela atividade intensa da amígdala cerebral, uma área associada ao medo, que continua ativa durante o episódio.

Todavia, apesar de ser muito assustadora, a paralisia do sono é considerada inofensiva do ponto de vista físico.

No entanto, episódios frequentes podem impactar a qualidade de vida e provocar ansiedade relacionada ao sono, especialmente se não forem compreendidos.

melatonina-para-que-serve

Por que acontece?

O desalinhamento entre o cérebro e os músculos é o principal motivo da paralisia do sono. No entanto, alguns fatores podem favorecer sua ocorrência.

Na maioria das vezes, padrões irregulares de sono, como dormir poucas horas ou ter horários variados para ir para a cama, aumentam o risco.

Além disso, o estresse e a ansiedade são outros grandes gatilhos, já que interferem na qualidade do sono.

Bem como, a privação prolongada de descanso adequado também pode desencadear crises, assim como dormir em posições desconfortáveis, especialmente de barriga para cima.

Por fim, o consumo de substâncias estimulantes à noite, como cafeína e álcool em excesso, também é um fator agravante.

Quais são as pessoas mais suscetíveis a terem paralisia do sono?

Qualquer pessoa pode vivenciar um episódio de paralisia do sono, mas existem grupos mais suscetíveis.

No geral, aqueles com histórico de transtornos de ansiedade, depressão ou estresse pós-traumático têm maior predisposição.

Uma vez que essas condições impactam as fases do sono e o equilíbrio neuroquímico do cérebro.

Além disso, pesquisas indicam que cerca de 8% a 20% da população terá ao menos um episódio ao longo da vida.

Porém, o distúrbio tende a ser mais frequente em pessoas com histórico familiar de paralisia do sono.

Ademais, hábitos como o uso de antidepressivos e outros medicamentos que afetam o sono REM também podem estar relacionados ao problema.

Outro fator relevante é o padrão de sono fragmentado, comum em profissionais que trabalham em turnos alternados, estudantes que varam a noite e pessoas que utilizam dispositivos eletrônicos antes de dormir.

Como identificar um episódio de paralisia do sono?

Os principais sintomas são a imobilidade temporária do corpo e a sensação de estar consciente, mas incapaz de se mover.

Durante o episódio, é comum experimentar sensações de sufocamento ou pressão no peito. Algumas pessoas também relatam alucinações auditivas ou visuais, como sons estranhos, sombras ou figuras no ambiente.

Além disso, o medo e a ansiedade também são muito frequentes, ainda mais para quem não entende o que está acontecendo.

Como agir durante uma crise?

Buscar ao máximo manter a calma é a melhor estratégia durante uma crise. Então, concentre-se em controlar a respiração e focar em pequenos movimentos, como tentar mexer os dedos das mãos ou dos pés.

Isso pode ajudar o cérebro a “despertar” o corpo gradualmente, saindo mais rápido do episódio.

Se possível, ter alguém próximo que possa tocar ou falar com você durante a crise pode quebrar o ciclo e acelerar o retorno ao controle muscular.

É importante destacar que, apesar do desconforto intenso provocado, a paralisia do sono não oferece riscos físicos e tende a se resolver espontaneamente.

Sendo assim, lembrar que o episódio é temporário e não representa um risco real ajuda a reduzir o pânico.

Como evitar a paralisia do sono?

Antes de tudo, adotar hábitos saudáveis de sono é a melhor maneira de prevenir a paralisia do sono.

Neste caso, dormir de 6 a 8 horas é muito importante para garantir que o corpo passe por todas as fases do sono de maneira adequada. Portanto, mantenha horários fixos para dormir e acordar.

Além disso, evite cafeína, álcool e outros estimulantes antes de dormir, pois isso também contribui para um sono mais tranquilo.

Bem como, diminua o uso de dispositivos eletrônicos, como celulares, computadores e tablets, pelo menos 1 hora antes de deitar, porque a luz azul emitida por essas telas interfere na produção de melatonina, hormônio que estimula o sono.

Ademais, investir em técnicas de relaxamento, como meditação, yoga ou respiração profunda, ajuda a diminuir o estresse acumulado ao longo do dia e, consequentemente, melhora a qualidade do sono.

Já para quem sofre com ansiedade ou depressão, procurar apoio psicológico pode ser fundamental para melhorar a qualidade do sono e reduzir a frequência dos episódios.

Por fim, evite dormir de barriga para cima, pois essa posição favorece o relaxamento excessivo dos músculos, aumentando as chances de paralisia. Em vez disso, opte por deitar de lado.

Quando procurar um médico?

Quando ocorrem episódios frequentes ou extremamente angustiantes, é o momento de buscar ajuda médica.

Neste contexto, um neurologista ou psiquiatra pode investigar causas subjacentes, como distúrbios do sono, narcolepsia ou transtornos psiquiátricos.

O tratamento, então, pode envolver mudanças no estilo de vida, terapia cognitivo-comportamental e, em alguns casos, uso de medicamentos específicos.

Referências

FERNANDES, L. B.; AMARO, T. A. C.; FRAYMAN, L. Paralisia do sono: uma noção heterogênea no psiquismo do sujeito. ACiS, v. 12, n. 5, p. 204-212, 2024.

FERNANDES, L. B.; AMARO, T. A. C. Paralisia do sono: uma breve contribuição da psicanálise. ACiS, v. 11, n. 2, p. 200-209, 2023.

RAMOS, D. F. et al. PARALISIA DO SONO RECORRENTE – MEDO DE DORMIR. Revista Paulista de Pediatria, v. 38, n. 2018226, p. 1-4, 2020.

Avalie este post

Nutricionista – CRN 58462

Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós-graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS), Suzana possui ampla experiência na interface entre ciência e prática clínica.

Com um histórico de atuação em pesquisa científica e produção de conteúdos baseados em evidências, sua trajetória abrange desde a criação de materiais técnicos até consultorias relacionadas à alimentação e suplementação.

Atualmente, dedica-se ao marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informações científicas de qualidade, além de contribuir para a educação alimentar por meio de textos e materiais direcionados ao público.

Suzana também colabora no desenvolvimento de estratégias para promover escolhas alimentares saudáveis e responsáveis, mantendo seu compromisso com a excelência científica e ética profissional.

Marcações:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

catorze + 9 =


O período de verificação do reCAPTCHA expirou. Por favor, recarregue a página.