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O envelhecimento traz mudanças naturais no organismo que afetam a absorção de nutrientes essenciais para a manutenção da saúde.
Além disso, a redução do apetite, comum na terceira idade, pode levar a um consumo inadequado de vitaminas, minerais e macronutrientes.
Dessa forma, a suplementação e longevidade estão cada vez mais associadas. Mas será que tomar suplementos pode realmente prolongar a vida? Vamos entender melhor!
Sumário
- 1 Podemos realmente prolongar a vida com suplementos?
- 2 O papel da nutrição no envelhecimento saudável
- 3 Quais suplementos têm mais evidências científicas para longevidade?
- 4 O que é exagero e o que realmente funciona?
- 5 Idosos precisam obrigatoriamente suplementar proteínas para evitar perda muscular?
- 6 Como usar a suplementação de forma estratégica para o envelhecimento saudável
- 7 Quer saber mais?
- 8 Referências
Podemos realmente prolongar a vida com suplementos?
Os suplementos podem ajudar a suprir deficiências nutricionais, reforçando o organismo e reduzindo riscos de doenças comuns no envelhecimento.
No entanto, a necessidade de suplementação varia para cada pessoa e deve ser avaliada por um profissional de saúde.
Estudos indicam que uma alimentação equilibrada é mais determinante para a longevidade do que o uso isolado de suplementos.
Dessa maneira, manter uma boa nutrição desde cedo é essencial para retardar os problemas associados ao envelhecimento.
Dito isso, os suplementos devem ser utilizados como coadjuvantes e não como fatores principais.
O papel da nutrição no envelhecimento saudável
Como muitos já sabem, uma alimentação equilibrada é um dos pilares para garantir qualidade de vida e longevidade.
Neste sentido, o consumo adequado de proteínas, carboidratos e gorduras saudáveis é fundamental para o funcionamento do organismo e para a prevenção de doenças metabólicas.
Além disso, as vitaminas e minerais exercem um papel importante na manutenção da imunidade, na saúde óssea e no funcionamento cognitivo.
Por essa razão, as dietas ricas em vegetais, frutas, proteínas magras, sementes e oleaginosas têm sido associadas a um menor risco de doenças crônicas e a uma maior expectativa de vida.
A dieta mediterrânea, por exemplo, está relacionada a diversos efeitos positivos na saúde cardiovascular e na longevidade.
Quais suplementos têm mais evidências científicas para longevidade?
Dentre os suplementos mais recomendados para auxiliar na longevidade, os mais prescritos por especialistas são:
Ômega 3
O ômega 3 tem forte evidência científica sobre seus benefícios para o cérebro e o coração. Diversos estudos sugerem que ele reduz o risco de Alzheimer, Parkinson e melhora a cognição.
Além disso, o ômega 3 possui ação anti-inflamatória, protegendo contra doenças cardiovasculares, autoimunes e ajudando na regulação dos níveis de colesterol e triglicerídeos.
Coenzima Q10
A coenzima Q10, ou CoQ10, é essencial para a produção de energia nas células e tem papel antioxidante.
Neste sentido, algumas pesquisas indicam que a sua suplementação pode melhorar a saúde do coração e reduzir o cansaço, além de auxiliar na prevenção de doenças neurodegenerativas.
Resveratrol
Presente no vinho tinto e em algumas frutas, o resveratrol é conhecido por seu potencial antioxidante e anti-inflamatório, que pode melhorar a saúde cardiovascular e ajudar na longevidade.
Bem como, há estudos sugerindo que o resveratrol pode ativar genes associados à longevidade e melhorar a resistência do organismo ao estresse oxidativo.
NAC
O NAC, conhecido também como N-Acetilcisteína, é precursor da glutationa, um dos principais antioxidantes do organismo.
Por conta disso, ele protege contra doenças neurodegenerativas, fortalece o sistema imunológico e melhora a saúde respiratória.
Ademais, o NAC tem sido estudado por seu papel no suporte à função hepática e na proteção contra danos oxidativos.
Vitamina D
A vitamina D é essencial para a absorção de cálcio, prevenindo osteoporose. Além disso, evidências indicam que sua deficiência está relacionada a um maior risco de doenças cardiovasculares, baixa imunidade e até depressão.
Magnésio
O magnésio desempenha um papel fundamental na função muscular, na regulação da pressão arterial e na saúde óssea.
Por essa razão, a sua deficiência está associada a cãibras, fadiga e osteoporose. Além disso, o magnésio tem um papel importante na regulação do estresse e da qualidade do sono, fatores essenciais para um envelhecimento saudável.
Zinco
O zinco é um mineral essencial para a imunidade, síntese de proteínas e cicatrização de feridas.
Assim como, ele também é necessário para a saúde cognitiva, ajudando a prevenir o declínio mental associado ao envelhecimento.
Ademais, o zinco contribui para a manutenção da pele e do cabelo, sendo um nutriente importante para a longevidade.
Proteínas
A proteína é fundamental para a manutenção da massa muscular, especialmente em idosos.
O Whey Protein e proteínas vegetais, por exemplo, são excelentes opções para complementar a dieta e reduzir os riscos da sarcopenia.
Além disso, o colágeno pode ser utilizado para melhorar a saúde das articulações, muscular, e fortalecer os cabelos, pele e unhas.
O que é exagero e o que realmente funciona?
Apesar de ajudarem em certas situações, nem todos os suplementos têm evidências científicas robustas.
Isso porque muitos produtos prometem efeitos milagrosos sem base científica sólida. Enquanto suplementos como ômega 3, vitamina D, coenzima Q10 e proteínas possuem estudos confiáveis, outros compostos carecem de comprovação.
O problema é que a suplementação sem embasamento científico pode trazer prejuízos à saúde.
Por isso, o ideal é sempre consultar um médico ou nutricionista antes de tomar qualquer suplemento para garantir a sua segurança.
No mais, é necessário também ter cuidado com as altas doses dos suplementos, que podem gerar efeitos adversos.
Por exemplo, o excesso de ferro pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Enquanto o excesso de vitamina A pode causar toxicidade.
Além disso, a ingestão excessiva de antioxidantes pode interferir nos processos naturais desintoxicantes do organismo, tendo um efeito contrário ao desejado.
Idosos precisam obrigatoriamente suplementar proteínas para evitar perda muscular?
Não necessariamente. A suplementação de proteínas pode ser positiva para os idosos que têm dificuldades em consumir quantidades adequadas desse macronutriente por meio da alimentação.
No entanto, para aqueles que conseguem obter proteínas suficientes através de carnes, ovos, laticínios e leguminosas, a suplementação pode não ser necessária.
Por isso, o ideal é avaliar cada caso individualmente e buscar a orientação de um profissional de saúde.
Como usar a suplementação de forma estratégica para o envelhecimento saudável
Como dito acima, para não correr riscos, é melhor buscar orientação profissional antes de começar a suplementação.
Lembrando que os suplementos devem APENAS complementar uma alimentação equilibrada, rica em proteínas, fibras, vitaminas e minerais.
Neste sentido, uma alimentação equilibrada é composta por carnes magras, peixes, ovos, frango, laticínios, frutas, legumes, sementes e oleaginosas.
Por outro lado, o consumo excessivo de gorduras ruins e açúcares deve ser evitado, pois contribui para doenças crônicas.
Quer saber mais?
- Proteína do soro do leite: o que é e como fazer naturalmente
- O que é biohacking e como os suplementos podem ajudar?
- Vitamina B12: tudo que você precisa saber sobre este nutriente
Referências
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Nutricionista – CRN 58462
Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós-graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS), Suzana possui ampla experiência na interface entre ciência e prática clínica.
Com um histórico de atuação em pesquisa científica e produção de conteúdos baseados em evidências, sua trajetória abrange desde a criação de materiais técnicos até consultorias relacionadas à alimentação e suplementação.
Atualmente, dedica-se ao marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informações científicas de qualidade, além de contribuir para a educação alimentar por meio de textos e materiais direcionados ao público.
Suzana também colabora no desenvolvimento de estratégias para promover escolhas alimentares saudáveis e responsáveis, mantendo seu compromisso com a excelência científica e ética profissional.