O trabalho remoto trouxe diversas vantagens, como flexibilidade de horários e eliminação do tempo de deslocamento.
No entanto, muitas pessoas têm relatado um aumento na fadiga mental, o que pode estar relacionado à dificuldade de separar vida pessoal e profissional, e o excesso de tempo diante das telas.
Esses fatores podem impactar a produtividade, a qualidade do sono e a saúde como um todo. Por isso, falaremos a seguir sobre o trabalho remoto e fadiga mental, e o que fazer para driblar esse problema!
Sumário
Trabalho remoto realmente causa mais fadiga mental?
A fronteira entre trabalho remoto e vida pessoal virou algo tão tênue que muitos profissionais acabam trabalhando além do expediente, sem perceber.
Isso porque, a facilidade de acesso ao e-mail e a pressão para estar sempre online dificultam a desconexão, levando a um esgotamento progressivo.
Assim como, sem momentos de descanso, a mente se sobrecarrega, resultando em irritabilidade, dificuldade de concentração e cansaço constante.
Além disso, a ausência de uma divisão clara entre espaço de trabalho e espaço de descanso faz com que a mente permaneça em estado de alerta, impedindo o relaxamento necessário após a jornada.
Sem falar que o hábito de verificar e-mails ou concluir tarefas fora do expediente também contribui para a sensação de estar sempre trabalhando, dificultando o processo de recuperação mental.
Mais um fator preocupante é a falta de tempo para atividades pessoais, como lazer e convívio familiar, o que pode gerar sentimentos de frustração, redução do foco e desmotivação a longo prazo.
Principais fatores que causam fadiga mental no home office
Conheça os fatores principais que causam esgotamento no trabalho remoto, e como identificá-los:
Sobrecarga e falta de limites
Com a digitalização do trabalho, as reuniões virtuais se tornaram excessivas, muitas vezes sem necessidade real.
Bem como, a pressão por produtividade e a dificuldade em estabelecer limites entre trabalho e descanso são grandes desafios.
Além disso, as mensagens frequentes em aplicativos corporativos fazem com que muitos profissionais sintam que precisam estar sempre à disposição.
Paralelo a isso, o medo de parecer improdutivo ou desinteressado leva muitas pessoas a aceitarem demandas fora do horário de expediente, tornando a carga de trabalho insustentável.
Todo esse excesso de tarefas sem intervalos adequados resulta em cansaço extremo, irritabilidade e queda na qualidade do trabalho.
Ambiente de trabalho inadequado
Um fato importante é que nem todo mundo tem um espaço apropriado para trabalhar em casa. Trabalhar na mesa da cozinha ou no sofá pode parecer cômodo no início, mas a longo prazo afeta a postura, gera dores físicas e prejudica o foco.
Ademais, um ambiente mal planejado também pode causar distrações constantes, reduzindo a eficiência e contribuindo para o estresse.
Por conta disso, a falta de uma cadeira ergonômica e de iluminação adequada pode aumentar as dores musculares e prejudicar a visão, dificultando a concentração.
Além disso, a presença de ruídos externos e interrupções frequentes por familiares ou outros moradores da casa pode tornar o trabalho mais exaustivo.
Falta de pausas e excesso de tela
O tempo excessivo na frente do computador aumenta a tensão ocular e pode causar dores de cabeça frequentes.
Da mesma forma, a falta de pausas regulares reduz a capacidade de concentração e a produtividade.
O sedentarismo, por sua vez, também é um outro fator que contribui para o esgotamento, pois longos períodos sentado podem causar desconforto físico e mental.
Desse modo, trabalhar por horas seguidas sem descanso pode levar a quadros de fadiga ocular, dores nas costas e até problemas circulatórios.
No home office, a ausência de interação social pode gerar sensação de solidão e afetar o emocional dos trabalhadores.
Visto que a falta de momentos informais de conversa, comuns no ambiente corporativo, reduz a troca de experiências e pode aumentar o sentimento de desconexão.
Além disso, a ausência de networking e de colaboração presencial pode afetar o crescimento profissional e a motivação dos trabalhadores.
Como evitar a fadiga mental no trabalho remoto?
Apesar de desafiador, há algumas estratégias que podem ser adotadas para reduzir a fadiga mental causada pelo trabalho remoto. Conheça-as:
Criar uma rotina estruturada
Estabelecer horários fixos para iniciar e encerrar o expediente é necessário para evitar a sobrecarga.
Ademais, ter um espaço reservado para o trabalho também ajuda a manter a disciplina e a separar as atividades profissionais das pessoais.
Bem como, crie rituais de início e fim do expediente, como trocar de roupa ou fazer uma caminhada curta. Isso ajuda a evitar a sensação de que o trabalho nunca termina.
Praticar hábitos saudáveis
Manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos regulares são essenciais para reduzir o estresse e melhorar o foco.
Assim como, a qualidade do sono também deve ser priorizada, evitando dispositivos eletrônicos antes de dormir e criando um ambiente propício ao descanso.
Além disso, técnicas de relaxamento, como meditação, respiração profunda e alongamentos, ajudam a aliviar a tensão e contribuem para um melhor desempenho profissional.
Gerenciar o tempo e evitar multitarefas
Alguns métodos, como a técnica Pomodoro, que divide o trabalho em blocos de tempo intercalados com pausas, ajudam a manter a produtividade sem sobrecarregar a mente.
Diante disso, evite fazer várias tarefas ao mesmo tempo, defina prioridades e aprenda a dizer “não” para demandas excessivas.
Mitos e verdades sobre fadiga mental no trabalho remoto
Veja agora quais são os principais mitos e verdades relacionados ao trabalho remoto e fadiga mental:
No home office, as pessoas trabalham menos?
MITO! Na realidade, muitos trabalham até mais do que deveriam. Sem deslocamento, há a tendência de prolongar o expediente, resultando em jornadas mais longas do que no trabalho presencial.
Fazer pausas reduz a produtividade?
MITO! Pequenas pausas ao longo do dia ajudam a manter o foco e reduzem a fadiga mental. Elas evitam a exaustão e melhoram o rendimento a longo prazo.
VERDADE! A falta de interação presencial pode aumentar sentimentos de solidão e ansiedade. Para minimizar esse impacto, é importante manter contato com colegas e amigos por meio de chamadas de vídeo e redes sociais.
Referências
BERNARDES, S. S. HOME OFFICE E BEM-ESTAR: APLICAÇÕES DA PSICOLOGIA POSITIVA PARA O ENGAJAMENTO, AUTORREALIZAÇÃO E SAÚDE MENTAL DO EMPREGADO EM DOMICÍLIO. Rev. do Trib. Reg. Trab. 10ª Região, v. 28, n. 1, 2024.
RAMOS, M. E B.; MOREIRA, L. C. M. O IMPACTO DO HOME OFFICE NA SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR. CADERNOS DE PSICOLOGIA. v. 4, n. 7, p. 372-397, jan./jun. 2022.
TENÓRIO, R. J. M. A saúde mental e ergonômica no trabalho remoto no pós-pandemia. Revista Espaço Acadêmico, p. 96-105, 2021.
Nutricionista – CRN 58462
Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós-graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS), Suzana possui ampla experiência na interface entre ciência e prática clínica.
Com um histórico de atuação em pesquisa científica e produção de conteúdos baseados em evidências, sua trajetória abrange desde a criação de materiais técnicos até consultorias relacionadas à alimentação e suplementação.
Atualmente, dedica-se ao marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informações científicas de qualidade, além de contribuir para a educação alimentar por meio de textos e materiais direcionados ao público.
Suzana também colabora no desenvolvimento de estratégias para promover escolhas alimentares saudáveis e responsáveis, mantendo seu compromisso com a excelência científica e ética profissional.