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Nutri, desde a primeira consulta, sabemos que é necessário coletar o máximo de informações do paciente para que se consiga elaborar um plano alimentar adequado às suas necessidades e aos seus objetivos.
Pois o cuidado com a saúde é o primeiro passo para uma vida disposta e com vitalidade na realização das suas atividades diárias, por isso a anamnese nutricional é uma forma de estudar as questões da saúde, alimentação, qualidade de vida e outras.
É justamente por meio das informações coletadas na anamnese nutricional que você, nutricionista, conseguirá investigar toda a rotina do seu paciente e, posteriormente, montar e traçar estratégias para um planejamento alimentar, que seja compatível e eficaz.
Sumário
Por que elaborar uma anamnese eficiente?
A anamnese nutricional é essencial para o desenvolvimento de um bom relacionamento entre nutricionista e paciente. É a partir dessa avaliação que serão definidos os objetivos, os planos alimentares e as metas a serem cumpridos ao longo do acompanhamento para que o objetivo principal do paciente seja alcançado de forma eficiente.
Nesse contexto, elaborar uma anamnese nutricional ineficaz é prejudicial tanto para o paciente quanto para o nutricionista, pois compromete todo o tratamento conduzido por você.
Passo a passo para montar uma boa anamnese
Para elaborar uma anamnese completa é necessário montar um questionário. O foco dessa anamnese é levantar o máximo de informações sobre saúde, hábitos alimentares e histórico familiar do seu paciente. Com uma boa anamnese é possível identificar doenças e propor os devidos tratamentos.
Na nutrição clínica clássica, geralmente, são utilizadas perguntas mais fechadas, em que o objetivo é apenas a prescrição final da dieta, com o foco na ingestão dos nutrientes.
Porém o diferencial de alguns nutricionistas é ir além e pensar no paciente como um “todo”, de forma a deixar claro para este o quão personalizado é aquele momento.
Passo 1: Identificação
Em primeiro lugar, é muito importante que você tenha os dados pessoais do paciente, localização e informações de contato para que, caso surja qualquer problema, você saiba onde encontrá-lo. São dados úteis que devem constar em sua anamnese nutricional:
- Nome
- Data de nascimento
- Idade
- Profissão
- Estado civil
- Naturalidade
- Celular
- Endereço
Passo 2: Hábitos e Estilo de Vida
Entender os hábitos do seu paciente é essencial para o planejamento dietético. Você deve entender se ele trabalha em casa ou não, em quais horários, se faz uso de bebidas alcoólicas e cigarro, se pratica atividade física e qual a frequência. Saber sobre o hábito intestinal e o urinário, como é o sono dele e com quem mora.
Assim, com o tempo e a experiência que você adquire, também, pode ir acrescentando questões que fazem a diferença na sua prática profissional.
Passo 3: Análise Clínica
Aqui, você investiga possíveis sinais e sintomas clínicos. Além do histórico médico familiar e condições anteriores, também é realizada uma análise completa da condição atual de seu paciente.
Veja se ele realizou algum exame bioquímico recentemente, se faz uso de algum tipo de medicamento, suplemento e se tem algum sintoma e/ou desconforto gastrointestinal.
Além disso, é importante coletar informações sobre queda de cabelo e unhas quebradiças, o que também pode ajudá-lo a identificar quaisquer problemas que possam ser resolvidos com mudanças na dieta.
Exames laboratoriais
Para uma anamnese completa e assertiva é essencial a interpretação correta de exames laboratoriais do seu paciente. Por isso, você pode realizar a solicitação de exames ou verificar se foi realizado algum exame recente.
Os pedidos para coleta de sangue, urina e fezes são os mais comuns e os principais para ajudar no diagnóstico nutricional.
Por meio dos resultados você consegue identificar possíveis doenças e disfunções existentes, assim como distúrbios hormonais e falta de nutrientes como vitaminas e minerais.
Dessa forma, é possível montar tabelas e gráficos para investigação e acompanhar a evolução de cada caso, que podem ser utilizadas uma ferramenta de motivação.
Passo 4: Avaliação Clínica
Para complementar sua anamnese, acrescente em seus protocolos a avaliação antropométrica e de composição corporal, bem como a avaliação dos seus hábitos alimentares. Procure fazer uma avaliação completa do seu paciente.
Avaliação antropométrica e de composição corporal
Nesta parte da avaliação são coletadas informações mais específicas, como altura, peso e circunferência de determinadas partes do corpo, tais como quadril e cintura.
Dependendo do paciente, também, pode ser necessário medir o percentual de gordura corporal com o auxílio do adipômetro, sempre, obtendo autorização para cada uma das etapas.
Você pode usar, também, a bioimpedância para ter um segundo parâmetro de dados do seu paciente, dessa forma, tornando sua avaliação mais assertiva.
Análise do consumo energético
Você deve coletar dados relacionados à rotina diária do seu paciente. É necessário saber, por exemplo, quais são os hábitos de atividade física dele, se seu trabalho exige muito esforço, se ele fica muito tempo sentado ou se movimenta o tempo todo.
A partir desses dados você consegue calcular o gasto energético total e como está o metabolismo basal do seu paciente.
Hábitos Alimentares
É importante entender qual é a rotina real de alimentação do seu paciente. Por exemplo, que horas ele costuma fazer as refeições, onde, quantas faz por dia e como as prepara.
Também, é crucial saber as preferências, aversões e alergias alimentares dele, para que, ao montar o planejamento dietético, você não insira na rotina dele alimentos que o paciente seja alérgico. Além disso, podem ser traçadas metas que estimulem o consumo de algum alimento que ele não goste tanto ou nunca tenha experimentado.
Pontos importantes a serem lembrados
É importante padronizar sua anamnese de acordo com seu público e seu nicho de atuação, pois os protocolos para cada público irão ajudar na hora da consulta. No entanto você deve atentar-se à realização de uma avaliação completa do seu paciente, pois é normal que surjam outras questões relevantes durante a consulta, isso deve ser levado em consideração.
Alguns profissionais também optam por realizar questionários pré-consulta, que enviam para o paciente responder alguns dias antes. Assim, eles otimizam o tempo da sua anamnese. Você pode testar e perceber se funciona ou não para seus atendimentos nutricionais.
Lembre-se, sempre: acolha e escute o seu paciente! No momento da anamnese, preste atenção e demonstre interesse. Pois o paciente pode estar inseguro ou com vontade de dividir as inseguranças dele com você.
Portanto é importante que você seja atencioso e escute tudo que o paciente tem a dizer. Não faça julgamentos sobre o peso nem sobre a dieta e os hábitos dele, mesmo que não sejam saudáveis.
Após a anamnese, será o momento de você orientar o paciente e, para isso, ele precisa sentir que você é uma pessoa que está ali para ajudar, e não julgar.
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Nutricionista pela Universidade de São Paulo (USP).
Experiência acadêmica em pesquisa científica, trabalhando com projeto sobre tratamento de epilepsia com dieta cetogênica. Atuação em educação alimentar, desenvolvendo curso de capacitação para professores da rede pública sobre nutrição.
Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.