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Assim que a quarta década de vida chega, nosso organismo começa a apresentar desequilíbrios hormonais importantes.
Por conta disso, homens e mulheres passam a perceber mudanças no corpo, no humor e na disposição.
Desse modo, muitos se questionam o que acontece com os hormônios após os 40 para gerar tantos sintomas aparentes – ou até mesmo desagradáveis.
A seguir, explicaremos com detalhes porque tudo muda depois dos 40 anos. Continue conosco para conferir!
Sumário
Principais alterações hormonais após os 40
Os principais hormônios a sofrerem alterações após os 40 anos são o estrogênio, a progesterona e a testosterona.
Em paralelo, também há uma queda na produção de DHEA, GH, melatonina e hormônios da tireoide (T3 e T4), o que afeta tanto homens quanto mulheres, embora de formas distintas.
Estrogênio e progesterona
Entre os hormônios mais afetados nas mulheres após os 40 estão o estrogênio e a progesterona.
Em suma, eles são fundamentais para o funcionamento do ciclo menstrual, equilíbrio emocional, saúde óssea, lubrificação vaginal e qualidade da pele.
Portanto, quando diminuem, desencadeiam sintomas como irregularidade menstrual, ressecamento íntimo, ondas de calor, alterações no humor e redução da massa óssea.
Além disso, o corpo feminino tende a acumular mais gordura na região abdominal, não necessariamente por má alimentação, mas como reflexo dessas alterações hormonais.
Testosterona
Conhecida como o principal hormônio masculino, a testosterona também tem função importante nas mulheres.
Após os 40 anos, sua redução impacta a libido, a massa muscular, a força física e a disposição no dia a dia.
Por outro lado, em níveis adequados, a testosterona contribui para a manutenção da densidade óssea, da vitalidade mental e da estabilidade emocional.
Nos homens, a diminuição desse hormônio pode levar à fadiga crônica, perda de pelos corporais, acúmulo de gordura abdominal, queda na motivação e ginecomastia (desenvolvimento anormal das mamas).
Além disso, sintomas como disfunção erétil, redução das ereções matinais e perda de desejo sexual também são comuns.
DHEA
O DHEA é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais e atua como precursor de outros hormônios sexuais, como estrogênio e testosterona.
Com isso, a sua redução está associada ao envelhecimento precoce, perda de energia, queda de imunidade e piora da composição corporal.
GH
O GH, conhecido também como hormônio do crescimento, entra em declínio com o envelhecimento.
Mesmo sendo mais conhecido pela atuação na infância e adolescência, o GH continua sendo essencial na fase adulta, pois regula o metabolismo, a composição corporal e a renovação celular.
Sendo assim, a alteração deste hormônio contribui para a perda de massa magra, o aumento da gordura abdominal e a queda da densidade óssea.
Melatonina
Outro hormônio que sofre alteração após os 40 é a melatonina, que é responsável por regular o ciclo do sono.
Por conta da sua produção reduzida, muitas pessoas nessa faixa etária começam a ter dificuldade para dormir, insônia e noites mal dormidas, o que piora ainda mais o equilíbrio hormonal e o estado emocional.
T3 e T4
Os hormônios tireoidianos T3 e T4 também merecem atenção. Isso porque, quando seus níveis caem, podem provocar cansaço excessivo, dificuldade de concentração, ganho de peso, ressecamento da pele e intolerância ao frio.
Essas alterações estão associadas ao hipotireoidismo, que é uma condição comum entre pessoas com mais de 40 anos.
Sintomas comuns e diferenças entre homens e mulheres
Entenda quais são as principais alterações hormonais que ocorrem nos homens e nas mulheres e seus principais sintomas:
Mulheres
Nas mulheres, a fase da perimenopausa costuma surgir entre os 40 e 45 anos, com sintomas que anunciam a chegada da menopausa.
Entre eles estão ciclos menstruais irregulares, alterações de humor, ansiedade, insônia, ondas de calor e maior tendência à depressão.
Além disso, a perda de colágeno se intensifica, tornando as rugas mais evidentes. O acúmulo de gordura abdominal, por sua vez, é agravado pela queda hormonal e pela redução da atividade metabólica.
Bem como, outros sinais comuns que podem ocorrer são:
- Queda do desejo sexual;
- Ressecamento vaginal;
- Dificuldade para engravidar;
- Incontinência urinária;
- Pele mais seca e flácida;
- Perda de massa muscular;
- Redução da densidade óssea;
- Diminuição da capacidade aeróbica;
- Metabolismo mais lento.
Homens
Nos homens, os sintomas geralmente aparecem de forma gradual e muitas vezes passam despercebidos no início.
Após os 40 anos, os níveis de testosterona começam a cair de forma lenta e progressiva, um processo conhecido como andropausa ou Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM).
Diferente da menopausa nas mulheres, a andropausa não representa uma interrupção súbita da função hormonal, mas sim uma queda contínua que pode impactar a saúde e a qualidade de vida do homem.
Essa redução hormonal pode provocar perda de força muscular, aumento da gordura corporal, disfunção erétil, alterações de humor, irritabilidade, insônia, queda da libido e diminuição da frequência das ereções matinais.
Também há impactos psicológicos, como diminuição da motivação, autoestima baixa e dificuldade de concentração.
Além disso, alguns sinais de alerta são:
- Diminuição do volume testicular;
- Redução de pelos corporais;
- Cansaço frequente;
- Redução da densidade óssea;
- Obesidade e síndrome metabólica;
- Resistência à insulina;
- Anemia;
- Déficits cognitivos e episódios depressivos.
Como manter o equilíbrio hormonal após os 40?
Embora as mudanças hormonais sejam naturais, é possível adotar hábitos que amenizam seus efeitos e aumentam o bem-estar e a autoestima.
Primeiramente, a base para isso está em manter uma rotina saudável, com alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, sono de qualidade e controle do estresse.
Bem como, aliar esses fatores a exames periódicos e acompanhamento médico é fundamental para detectar possíveis deficiências e iniciar o tratamento adequado precocemente.
Em alguns casos, o médico pode indicar a reposição hormonal como forma de aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Existem diversas opções atualmente, que vão desde géis transdérmicos até implantes e injetáveis, usados conforme o quadro clínico e a necessidade de cada paciente.
De todo modo, o importante é que o processo seja personalizado, levando em conta o histórico médico, o estilo de vida e os resultados de exames laboratoriais de cada indivíduo.
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Referências
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Nutricionista – CRN 58462
Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós-graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS), Suzana possui ampla experiência na interface entre ciência e prática clínica.
Com um histórico de atuação em pesquisa científica e produção de conteúdos baseados em evidências, sua trajetória abrange desde a criação de materiais técnicos até consultorias relacionadas à alimentação e suplementação.
Atualmente, dedica-se ao marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informações científicas de qualidade, além de contribuir para a educação alimentar por meio de textos e materiais direcionados ao público.
Suzana também colabora no desenvolvimento de estratégias para promover escolhas alimentares saudáveis e responsáveis, mantendo seu compromisso com a excelência científica e ética profissional.