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Ter uma alimentação saudável não significa abrir mão do prazer, mesmo que muitos pensem o contrário.
A verdade é que, sim, uma dieta saudável inclui doces, desde que haja moderação e consciência.
Desse modo, cortar o doce completamente pode até parecer eficiente no início. Mas na prática, o excesso de restrição tende a piorar a relação com a comida.
Entenda porque uma dieta saudável inclui doces e de que forma pode incluí-los sem estragar sua saúde!
Sumário
Precisa excluir doce para comer saudável?
Apesar de parecer contraditório, restringir completamente os doces pode ser mais prejudicial do que benéfico.
Isso porque, quando você proíbe um alimento, ele passa a ganhar mais atenção do que merece.
O que pode gerar episódios de compulsão, culpa e uma relação emocional desgastante com a comida.
Além disso, o prazer também é um pilar importante da saúde. Assim, comer envolve sensações, memórias, aconchego e conforto. E os doces têm esse papel afetivo em diversos contextos.
Portanto, ao aprender a encaixá-los dentro de uma alimentação saudável, você fortalece sua liberdade alimentar e constrói uma rotina mais sustentável.
Como fazer para comer doce sem estragar a dieta?
Agora que você já sabe que dieta saudável inclui doces, veja como consumi-los sem neuras:
Escolha momentos especiais
Não é o doce em si que estraga a dieta, mas sim a frequência e o exagero. Então fique atento!
Por exemplo, se a maior parte da sua alimentação for rica em frutas, legumes, verduras, cereais integrais e proteínas, comer uma sobremesa algumas vezes na semana não vai comprometer seus resultados.
Por isso, saber quando e como comer doces faz toda a diferença. Logo, comer aquele pedaço de bolo no aniversário ou um chocolate depois do almoço pode fazer parte da sua rotina.
Moderação sempre
Ao invés de cortar o doce, aprenda a controlá-lo. Visto que comer pequenas porções já pode ser suficiente para matar a vontade.
Assim, um quadradinho de chocolate amargo, uma colher de brigadeiro ou uma fatia pequena de torta podem ser prazerosos e não irão afetar sua saúde se você mantiver o equilíbrio ao longo do dia.
Além disso, evite comer doces em momentos de tédio, ansiedade ou estresse. Uma vez que, nessas situações, o doce costuma virar uma válvula de escape emocional, e fica mais fácil exagerar.
Entenda sua verdadeira vontade
É importante se perguntar: “eu realmente quero esse doce agora ou estou comendo no automático?”.
Neste caso, priorize ocasiões em que o doce vai ser mais apreciado. Isso ajuda a tornar o consumo mais intencional, reduzindo a frequência e aumentando a satisfação.
Bem como, comer com atenção plena também ajuda a perceber melhor o sabor e a quantidade ideal. Comer sem pressa, saboreando, pode te satisfazer com menos.
Ajuste no contexto do dia
Um ótimo truque para manter a saúde em dia ao comer doces é observar o momento em que eles são consumidos.
Isso porque, se forem ingeridos logo após uma refeição completa, como no almoço, o impacto glicêmico é menor.
Uma vez que os nutrientes presentes na refeição ajudam a reduzir a velocidade de absorção do açúcar, evitando picos de glicose no sangue.
Por isso, prefira comer o doce depois do almoço ou jantar, e evite consumi-lo sozinho, especialmente em jejum.
Prefira versões que te satisfaça mais
Nem sempre o “fit” é a melhor opção. Na maioria das vezes, versões caseiras e bem preparadas de um doce tradicional são mais saborosas e saciam mais do que versões adaptadas ou industrializadas sem açúcar.
Sendo assim, prefira doces com ingredientes que você realmente gosta. Além disso, dê preferência aos menos processados, como um bolo de banana com aveia.
Além de proporcionar prazer, essas versões podem oferecer mais nutrientes, fibras e reduzir o pico glicêmico.
Frutas podem ser aliadas
As frutas são naturalmente doces e ricas em fibras, vitaminas e antioxidantes. Dessa maneira, elas podem ser excelentes opções para substituir doces mais calóricos no dia a dia.
Além disso, por terem alto teor de água e fibras, elas ajudam a prolongar a saciedade e evitar picos de glicemia.
No geral, é possível variar bastante, apostando em: bananas assadas com canela, maçã com pasta de amendoim, uva com castanhas, manga congelada batida em forma de sorvete… e muitos outros.
Bem como, as frutas secas também podem ser utilizadas, mas com moderação, pois concentram mais calorias em menor volume.
Respeite sua saciedade
Um dos erros mais comuns ao comer doce é fazer isso no piloto automático. Ou seja, sem prestar atenção à fome real ou ao prazer que o alimento está proporcionando.
Neste contexto, é muito importante comer com atenção plena, percebendo os sinais de saciedade e satisfação para evitar exageros.
Então, entre uma garfada e outra, pause por alguns segundos e se questione: “Eu ainda estou com vontade ou só estou comendo por impulso?”.
Se a resposta for a segunda opção, significa que você já está satisfeito, mas continua comendo no automático.
Doces e saúde mental: tem relação?
Negar totalmente os alimentos que você gosta pode gerar frustração, ansiedade e, inclusive, distúrbios alimentares.
A verdade é que o prazer também faz parte de uma alimentação saudável, sobretudo a longo prazo. Por isso, aprender a incluir doces com equilíbrio é um cuidado com a saúde emocional.
Em contrapartida, restringir demais pode causar um efeito rebote, onde a pessoa acaba descontando na comida depois de um tempo.
Já quando há liberdade e responsabilidade, a alimentação se torna mais leve, fluida e prazerosa.
Quando precisa ter mais atenção para comer doce?
É fato que uma dieta saudável inclui doces, mas algumas pessoas precisam de atenção redobrada.
Quem tem diabetes, resistência à insulina, hipoglicemia reativa ou outras condições metabólicas precisa ajustar o consumo de açúcar sob orientação profissional.
Nesses casos, o tipo de doce, a quantidade, o momento de consumo e a combinação com outros alimentos devem ser avaliados.
Isso não significa que essas pessoas nunca mais poderão comer doce, mas sim que a moderação será ainda mais estratégica para preservar a saúde.
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Referências
BURLANDY, L. et al. Reflexões sobre ideias e disputas no contexto da promoção da alimentação saudável. Cadernos de Saúde Pública, v. 37, n. 1, p. 1-20, 2021.
DUARTE, P.; TEIXEIRA, M.; SILVA, S. C. A alimentação saudável como tendência: a percepção dos consumidores em relação a produtos com alegações nutricionais e de saúde. REVISTA BRASILEIRA DE GESTÃO DE NEGÓCIOS, v. 23, n. 3, p. 1-17, 2021.MARTINELLI, S. S.; CAVALLI, S. B. Alimentação saudável e sustentável: uma revisão narrativa sobre desafios e perspectivas. Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, n. 11, p. 4251-4261, 2019.
Nutricionista – CRN 58462
Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós-graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS), Suzana possui ampla experiência na interface entre ciência e prática clínica.
Com um histórico de atuação em pesquisa científica e produção de conteúdos baseados em evidências, sua trajetória abrange desde a criação de materiais técnicos até consultorias relacionadas à alimentação e suplementação.
Atualmente, dedica-se ao marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informações científicas de qualidade, além de contribuir para a educação alimentar por meio de textos e materiais direcionados ao público.
Suzana também colabora no desenvolvimento de estratégias para promover escolhas alimentares saudáveis e responsáveis, mantendo seu compromisso com a excelência científica e ética profissional.