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O que acontece com os hormônios após os 40?

homem e mulher andando de bicicleta
7 minutos de leitura

Assim que a quarta década de vida chega, nosso organismo começa a apresentar desequilíbrios hormonais importantes.

Por conta disso, homens e mulheres passam a perceber mudanças no corpo, no humor e na disposição.

Desse modo, muitos se questionam o que acontece com os hormônios após os 40 para gerar tantos sintomas aparentes – ou até mesmo desagradáveis.

A seguir, explicaremos com detalhes porque tudo muda depois dos 40 anos. Continue conosco para conferir!

Principais alterações hormonais após os 40

Os principais hormônios a sofrerem alterações após os 40 anos são o estrogênio, a progesterona e a testosterona.

Em paralelo, também há uma queda na produção de DHEA, GH, melatonina e hormônios da tireoide (T3 e T4), o que afeta tanto homens quanto mulheres, embora de formas distintas.

Estrogênio e progesterona

Entre os hormônios mais afetados nas mulheres após os 40 estão o estrogênio e a progesterona.

Em suma, eles são fundamentais para o funcionamento do ciclo menstrual, equilíbrio emocional, saúde óssea, lubrificação vaginal e qualidade da pele.

Portanto, quando diminuem, desencadeiam sintomas como irregularidade menstrual, ressecamento íntimo, ondas de calor, alterações no humor e redução da massa óssea.

Além disso, o corpo feminino tende a acumular mais gordura na região abdominal, não necessariamente por má alimentação, mas como reflexo dessas alterações hormonais.

Testosterona

Conhecida como o principal hormônio masculino, a testosterona também tem função importante nas mulheres.

Após os 40 anos, sua redução impacta a libido, a massa muscular, a força física e a disposição no dia a dia.

Por outro lado, em níveis adequados, a testosterona contribui para a manutenção da densidade óssea, da vitalidade mental e da estabilidade emocional.

Nos homens, a diminuição desse hormônio pode levar à fadiga crônica, perda de pelos corporais, acúmulo de gordura abdominal, queda na motivação e ginecomastia (desenvolvimento anormal das mamas).

Além disso, sintomas como disfunção erétil, redução das ereções matinais e perda de desejo sexual também são comuns.

DHEA

O DHEA é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais e atua como precursor de outros hormônios sexuais, como estrogênio e testosterona.

Com isso, a sua redução está associada ao envelhecimento precoce, perda de energia, queda de imunidade e piora da composição corporal.

GH

O GH, conhecido também como hormônio do crescimento, entra em declínio com o envelhecimento.

Mesmo sendo mais conhecido pela atuação na infância e adolescência, o GH continua sendo essencial na fase adulta, pois regula o metabolismo, a composição corporal e a renovação celular.

Sendo assim, a alteração deste hormônio contribui para a perda de massa magra, o aumento da gordura abdominal e a queda da densidade óssea.

Melatonina

Outro hormônio que sofre alteração após os 40 é a melatonina, que é responsável por regular o ciclo do sono.

Por conta da sua produção reduzida, muitas pessoas nessa faixa etária começam a ter dificuldade para dormir, insônia e noites mal dormidas, o que piora ainda mais o equilíbrio hormonal e o estado emocional.

T3 e T4

Os hormônios tireoidianos T3 e T4 também merecem atenção. Isso porque, quando seus níveis caem, podem provocar cansaço excessivo, dificuldade de concentração, ganho de peso, ressecamento da pele e intolerância ao frio.

Essas alterações estão associadas ao hipotireoidismo, que é uma condição comum entre pessoas com mais de 40 anos.

Sintomas comuns e diferenças entre homens e mulheres

Entenda quais são as principais alterações hormonais que ocorrem nos homens e nas mulheres e seus principais sintomas:

Mulheres

Nas mulheres, a fase da perimenopausa costuma surgir entre os 40 e 45 anos, com sintomas que anunciam a chegada da menopausa.

Entre eles estão ciclos menstruais irregulares, alterações de humor, ansiedade, insônia, ondas de calor e maior tendência à depressão.

Além disso, a perda de colágeno se intensifica, tornando as rugas mais evidentes. O acúmulo de gordura abdominal, por sua vez, é agravado pela queda hormonal e pela redução da atividade metabólica.

Bem como, outros sinais comuns que podem ocorrer são:

  • Queda do desejo sexual;
  • Ressecamento vaginal;
  • Dificuldade para engravidar;
  • Incontinência urinária;
  • Pele mais seca e flácida;
  • Perda de massa muscular;
  • Redução da densidade óssea;
  • Diminuição da capacidade aeróbica;
  •  Metabolismo mais lento.

Homens

Nos homens, os sintomas geralmente aparecem de forma gradual e muitas vezes passam despercebidos no início.

Após os 40 anos, os níveis de testosterona começam a cair de forma lenta e progressiva, um processo conhecido como andropausa ou Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM).

Diferente da menopausa nas mulheres, a andropausa não representa uma interrupção súbita da função hormonal, mas sim uma queda contínua que pode impactar a saúde e a qualidade de vida do homem.

Essa redução hormonal pode provocar perda de força muscular, aumento da gordura corporal, disfunção erétil, alterações de humor, irritabilidade, insônia, queda da libido e diminuição da frequência das ereções matinais.

Também há impactos psicológicos, como diminuição da motivação, autoestima baixa e dificuldade de concentração.

Além disso, alguns sinais de alerta são:

  • Diminuição do volume testicular;
  • Redução de pelos corporais;
  • Cansaço frequente;
  • Redução da densidade óssea;
  • Obesidade e síndrome metabólica;
  • Resistência à insulina;
  • Anemia;
  • Déficits cognitivos e episódios depressivos.

Como manter o equilíbrio hormonal após os 40?

Embora as mudanças hormonais sejam naturais, é possível adotar hábitos que amenizam seus efeitos e aumentam o bem-estar e a autoestima.

Primeiramente, a base para isso está em manter uma rotina saudável, com alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, sono de qualidade e controle do estresse.

Bem como, aliar esses fatores a exames periódicos e acompanhamento médico é fundamental para detectar possíveis deficiências e iniciar o tratamento adequado precocemente.

Em alguns casos, o médico pode indicar a reposição hormonal como forma de aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Existem diversas opções atualmente, que vão desde géis transdérmicos até implantes e injetáveis, usados conforme o quadro clínico e a necessidade de cada paciente.

De todo modo, o importante é que o processo seja personalizado, levando em conta o histórico médico, o estilo de vida e os resultados de exames laboratoriais de cada indivíduo.

Quer saber mais?

Referências

CAMPARA, K. F.; CORONEL, L. C. I. RELAÇÃO  ENTRE  OS  HORMÔNIOS    DA  PERIMENOPAUSA, NEUROTRANSMISSORES E DEPRESSÃO: REVISÃO SISTEMÁTICA. Revista Contemporânea, v. 5, n. 3, p. 1-20, 2025.

LINS, L. M. R. et al. Impactos da menopausa na saúde da mulher. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 5, p. 12018-12031, 2020.

MELLO, C. Y. et al. AS CONSEQUÊNCIAS DA ANDROPAUSA NA QUALIDADE DE VIDA: REVISÃO SISTEMÁTICA. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 15, n. 2, p. 473-480, 2017.

PEIXER, I. M. et al. O PAPEL DOS HORMÔNIOS SEXUAIS, ESTROGÊNIO E TESTOSTERONA NO ENVELHECIMENTO. Revista CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida, v. 17, n. 1, p. 1-10, 2025.

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Nutricionista – CRN 58462

Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós-graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS), Suzana possui ampla experiência na interface entre ciência e prática clínica.

Com um histórico de atuação em pesquisa científica e produção de conteúdos baseados em evidências, sua trajetória abrange desde a criação de materiais técnicos até consultorias relacionadas à alimentação e suplementação.

Atualmente, dedica-se ao marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informações científicas de qualidade, além de contribuir para a educação alimentar por meio de textos e materiais direcionados ao público.

Suzana também colabora no desenvolvimento de estratégias para promover escolhas alimentares saudáveis e responsáveis, mantendo seu compromisso com a excelência científica e ética profissional.

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