O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) se manifesta como um padrão persistente de desatenção e/ou impulsividade, impactando significativamente a vida de crianças e adultos.
Diante dessa realidade, a busca por alternativas terapêuticas eficazes e seguras é frequente.
Nesse contexto, a relação do ômega 3 para TDAH tem sido objeto de estudo e interesse crescentes pela ciência.
A seguir, vamos entender como esse nutriente impacta o cérebro de quem enfrenta tal distúrbio!
Sumário
Qual a relação entre ômega 3 e TDAH?
O cérebro humano é um órgão complexo, que depende de diversos nutrientes para funcionar adequadamente.
Entre eles, o ômega 3 se destaca por ser essencial e não ser produzido pelo corpo, devendo ser obtido através da dieta ou suplementação.
Com isso, estudos científicos apontam para uma relação favorável entre ômega 3 e o TDAH.
Acontece que ao comparar os níveis sanguíneos desse nutriente em pessoas com e sem o transtorno, observou-se que indivíduos com TDAH apresentam concentrações mais baixas de ômega 3.
Logo, essa deficiência pode estar relacionada ao mau funcionamento das membranas celulares dos neurônios, comprometendo a transmissão dos impulsos nervosos e o desempenho cognitivo.
Benefícios do ômega 3 para TDAH
A suplementação do ômega 3 para TDAH pode oferecer uma série de benefícios, proporcionando um impacto positivo na qualidade de vida das pessoas com o transtorno.
Assim, podemos destacar as seguintes vantagens:
- Melhora das funções cognitivas: o ômega 3 contribui para o aprimoramento da cognição, como atenção, foco, memória, raciocínio e aprendizado;
- Redução da hiperatividade e impulsividade: esses sintomas são comuns e impactam o dia a dia dos indivíduos com TDAH;
- Diminuição dos hábitos de oposição: nas crianças, o TDAH tende a provocar hábitos constantes de oposição e desobediência. Com isso, a suplementação de ômega 3 pode auxiliar para a redução desses comportamentos.
Qual a dosagem do ômega 3 para TDAH?
A dosagem ideal de ômega 3 para TDAH varia de acordo com cada caso, sendo fundamental consultar um médico ou nutricionista para uma avaliação individualizada.
Todavia, no geral, a dose diária recomendada oscila entre 1 e 2 gramas, podendo ser dividida em até 2 cápsulas por dia para facilitar a absorção e a aceitabilidade.
Outros nutrientes que reduzem os sintomas do TDAH
Além do ômega 3, há outros nutrientes essenciais que melhoram os sintomas do TDAH. Veja abaixo quais são:
1 – Magnésio
O magnésio tem sido destacado como um elemento-chave na redução dos sintomas do TDAH.
Isso se deve porque este mineral atua na regulação de neurotransmissores e na modulação da atividade cerebral.
Além disso, o magnésio possui propriedades relaxantes que podem beneficiar indivíduos com TDAH, ajudando a reduzir a ansiedade e promovendo uma boa qualidade do sono.
2 – Zinco
O zinco auxilia na regulação da dopamina, um neurotransmissor fundamental para a atenção, foco e controle da impulsividade.
Além disso, o mineral contribui para o bom funcionamento do sistema imunológico, combatendo a inflamação neurogênica, que é presente com certa constância no TDAH.
Bem como, o zinco é essencial para o desenvolvimento e as funções cerebrais, pois promove o amadurecimento das células nervosas e a comunicação entre elas.
3 – Proteínas
As proteínas agem como blocos de construção para neurotransmissores.
Portanto, uma alimentação rica em proteínas pode ajudar a estabilizar os níveis dessas substâncias no cérebro, fornecendo maior foco, concentração e controle impulsivo.
Além disso, as proteínas evitam picos de glicose no sangue, que podem prejudicar a atenção e o controle do comportamento.
4 – Ferro
Estudos recentes demonstram que a deficiência de ferro pode agravar os sintomas do TDAH, como desatenção, fadiga, dificuldade de concentração e irritabilidade.
Isso porque, o ferro é essencial para o transporte de oxigênio no sangue. Com isso, ele ajuda a nutrir o cérebro e otimizar suas funções.
Além disso, o mineral auxilia na produção de energia, combatendo a fadiga e a sonolência comumente presentes no TDAH.
Sendo assim, o ferro é imprescindível para o desempenho cognitivo, promovendo a memória, atenção e a capacidade de aprendizado.
5 – Colina
Além de ser precursora da acetilcolina, a colina atua na regulação de dopamina. Então, ao aumentar os níveis de colina no cérebro, é possível obter uma melhora significativa no controle dos impulsos.
Dicas extras para melhorar os sintomas do TDAH
Confira algumas dicas extras para melhorar os sintomas do TDAH, que devem ser incorporadas junto ao tratamento:
1 – Restrinja os alimentos ricos em açúcar e aditivos artificiais
Alimentos com alto teor de açúcar e aditivos artificiais, como doces, refrigerantes, fast food e demais produtos industrializados, podem piorar a desatenção, hiperatividade e a impulsividade.
Isso ocorre porque eles podem causar flutuações nos níveis de energia, piorando os sintomas do TDAH.
2 – Pratique exercícios que trabalhem a concentração
Pratique exercícios físicos regularmente, e dê preferência a atividades que exijam concentração, como yoga, pilates, natação ou artes marciais.
Além disso, atividades que demandam foco e atenção, como quebra-cabeças, jogos de tabuleiro e exercícios de mindfulness, podem ajudar a fortalecer a atenção e o controle dos impulsos.
3 – Evite objetos de distrações no ambiente
Crie um ambiente propício para a concentração! Portanto, evite objetos que possam te distrair durante tarefas ou estudos.
Neste caso, boas alternativas são silenciar o celular, guardar livros e revistas que não estejam em uso e escolher um local tranquilo e bem iluminado para se concentrar.
4 – Faça uma higiene do sono
O sono é essencial para o bom funcionamento do cérebro e para o controle dos sintomas do TDAH.
Sendo assim, estabeleça uma rotina regular de sono, indo para a cama e acordando no mesmo horário todos os dias, inclusive nos finais de semana.
Além disso, crie um ambiente relaxante no quarto, evite eletrônicos antes de dormir e pratique técnicas de relaxamento, como meditação ou respiração profunda.
Todas essas dicas são complementares ao tratamento do TDAH, que deve ser realizado sob orientação médica, nutricional e psicológica.
Por isso, não deixe de procurar seu profissional de saúde para fazer um tratamento seguro e eficaz.
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Referências
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Nutricionista pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS).
Experiência acadêmica em pesquisa científica e produção de conteúdos com embasamento científico. Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.