Pular para o conteúdo
Home » Todos os posts » Avaliação física: quais protocolos existem e como realizar?

Avaliação física: quais protocolos existem e como realizar?

nutricionista realizando avaliação física a partir de dobras cutâneas
7 minutos de leitura

Sabemos que um dos principais objetivos do nutricionista, além de entender o estado nutricional do paciente, é verificar suas necessidades como um todo. E a avaliação física nutricional é uma das partes com maior importância para a aplicação da intervenção nutricional.

Essa etapa se baseia, basicamente, em uma avaliação física feita de forma minuciosa pelo nutricionista, onde é analisado o estado em que se encontra a saúde do paciente. 

Ela é realizada por meio da análise dos sinais presentes no corpo de maneira a identificar indícios mais determinantes de problemas, como a desnutrição e maus hábitos alimentares.

Esse é o ponto de partida que direciona o profissional na definição dos caminhos e condutas a serem seguidos com cada paciente. 

Sabendo da importância da avaliação física, preparamos este material como um guia para a prática profissional, trazendo a aplicabilidade de cada método de avaliação física para auxiliar você nas consultas.

Quais são as medidas da avaliação física?

Atualmente, existem diversos métodos para realizar a avaliação física do paciente, que é formada por um conjunto de medidas corporais realizadas a partir de métodos já padronizados e valores de referência definidos.  

A antropometria, ou avaliação física, é a coleta de medidas, sendo possível realizar medidas primárias como peso e altura.

A partir delas, podemos aferir medidas secundárias através de cálculos, como o IMC, por exemplo, assim se pode classificar o paciente de acordo com esses parâmetros, refletindo um padrão de desenvolvimento e crescimento do indivíduo ou de uma população.

1. Peso

A aferição é feita apenas com uma balança que deve estar zerada e calibrada em um solo nivelado. O avaliado deve estar em pé, com os pés afastados ao centro da plataforma, com o olhar reto e fixo à frente. 

2. Altura

Para a aferir, o paciente deve estar descalço, de pé, ereto, com os braços estendidos ao lado do corpo, os olhos em um ponto fixo à frente, e a cabeça a 90 graus do chão. 

Os calcanhares e os joelhos devem estar unidos, e os glúteos, costas e cabeça encostados na parede ou no aparelho de medida. 

3. IMC (Índice de Massa Corporal)

É o cálculo realizado a partir da divisão do peso do paciente (em quilos, Kg) pela sua altura (em metros) elevada ao quadrado (m2). 

A partir do valor obtido, ele é categorizado de acordo com a idade, sendo o valor do IMC basicamente classificado em: 

1 – baixo peso ou desnutrição;

2 – eutrófico;

3 – sobrepeso ou obesidade. 

Apesar de ser um cálculo simples e de fácil aplicação, ele não permite inferir a distribuição de massa, nem distingue a composição corporal, ou seja, não leva em consideração o valor da massa muscular e da gordura. 

Portanto, em avaliações físicas individuais, sempre que possível, o IMC deve ser acompanhado de outros parâmetros que levem em conta a distribuição de gordura corporal. 

Protocolos de avaliação física de composição corporal

A avaliação física de composição corporal pode completar a antropometria, sendo possível realizá-la por métodos indiretos como o DEXA, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética, mas que são métodos com um custo alto, ou com métodos duplamente indiretos, como as DC, circunferências corporais e bioimpedância (BIA).

1. Circunferências Corporais

As medidas de circunferência corporal são fáceis e rápidas de serem aplicadas. 

Trata-se da medição de vários perímetros corporais, como cintura, abdômen, pescoço, tórax, quadril, braços, antebraços, punhos, coxas e panturrilhas. No entanto, o profissional não precisa necessariamente realizar todas as circunferências. 

Geralmente cada um estabelece seu próprio protocolo de atendimento nutricional, incluindo quais medidas irá realizar para o acompanhamento do paciente. Dentre elas, as mais comuns são as de cintura e de quadril. 

2. Dobras cutâneas

As dobras cutâneas são medidas feitas com o adipômetro e servem para estimar o percentual de gordura corporal. A aferição das medidas é realizada diretamente na pele. 

Atualmente, contamos com programas e softwares para nutrição que fazem esses cálculos, automaticamente, a partir dos valores de cada medida das dobras cutâneas. 

Os locais do corpo para avaliação física dependem do protocolo utilizado pelo profissional, ou seja, de acordo com o protocolo, diferentes quantidades de dobras serão medidas. 

Assim, o profissional pode tomar as medidas de 4 ou 7 dobras, sendo que alguns protocolos utilizam a somatória delas. Com o valor do percentual de gordura, o paciente pode ser classificado de acordo com as tabelas de referência. 

A escolha do protocolo deve ser definida pelo nutricionista, levando em conta qual indivíduo será avaliado e se será possível a realização das dobras, pois uma das limitações é seu uso em indivíduos com obesidade em grau mais avançado.

3. BIA (Impedância bioelétrica)

É um método de avaliação física que se baseia na condução de uma corrente elétrica de baixa intensidade através do corpo e posterior registro da condutibilidade e da resistência promovida pelos diversos tecidos corporais ao fluxo da corrente elétrica. 

A impedância é uma combinação de dois componentes: resistência (oposição da massa corporal extracelular) e reactância (oposição adicional das membranas celulares ou massa corporal intracelular). 

Baseado nessas diferenças de condutividade, equações são utilizadas para estimar a composição corporal.

Apesar de ser um método de avaliação física com boa validação científica, não invasivo, prático, simples e de fácil manejo, existem alguns pré-requisitos para que seu resultado seja fidedigno, dependendo da grande cooperação do avaliado. 

Por exemplo:

  • Jejum de alimentos e bebidas nas 4 horas que antecedem o horário do exame.
  • Não consumir bebidas alcoólicas um dia antes do exame. 
  • Evitar o consumo excessivo de alimentos ricos em cafeína (chocolates, chás escuros e café) nos dois dias que antecedem o exame. 
  • No dia anterior ao exame, não realizar atividade física intensa. 
  • Não estar em período menstrual.
  • Urinar pelo menos 30 minutos antes da realização do exame.

4. Avaliação física da gordura por Tomografia Computadorizada (TC) 

Esse método de avaliação física é baseado na relação entre o grau de atenuação de um feixe de raios X e a densidade dos tecidos através dos quais o feixe passou. 

A técnica de mapeamento por TC consegue fornecer imagens em corte transversal para qualquer parte do corpo. Desta relação, uma imagem a duas dimensões da anatomia interior da área analisada pode ser construída.

5. DEXA

É outro método de avaliação física, onde um exame de diagnóstico por imagem que utiliza o DEXA (raios X de dupla energia) para avaliar a gordura, músculo e osso do corpo inteiro. 

Os novos equipamentos DEXA permitem analisar, com precisão, a massa muscular e a massa gorda do corpo inteiro, fornecendo dados precisos da composição corporal do paciente, além da visualização dos ossos. 

O DEXA faz análises transversais do corpo inteiro, em intervalos de 1 cm da cabeça aos pés, e, a partir dos seus resultados, pode-se quantificar a massa magra (muscular), massa óssea, massa gorda, percentual de gordura, percentual de massa muscular e a medida da gordura visceral.

Com isso, podemos concluir que, por meio da avaliação física, pode ser realizada uma análise da composição corporal, é possível estimar os compartimentos corporais (massa de gordura e massa corporal magra) que podem fornecer informações importantes sobre a eficácia de intervenções clínicas.

Qual(is) método(s) de avaliação física você costuma usar no seu dia a dia? Gostaria de compartilhar alguma dica com outros profissionais? 

Deixe nos comentários, para todos terem acesso! E, se você tiver alguma dúvida, conte-nos para que o possamos auxiliar nessa jornada.

Se interessou pelo tema? Conheça os produtos Vitha que podem te oferecer um suporte nutricional!

Quer saber mais?

5/5 - (1 voto(s))

Nutricionista pela Universidade de São Paulo (USP).

Experiência acadêmica em pesquisa científica, trabalhando com projeto sobre tratamento de epilepsia com dieta cetogênica. Atuação em educação alimentar, desenvolvendo curso de capacitação para professores da rede pública sobre nutrição.

Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

4 − dois =


The reCAPTCHA verification period has expired. Please reload the page.