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Agosto é considerado o mês do aleitamento materno, e a campanha anual Agosto Dourado foi instituída no Brasil com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância do aleitamento materno.
Ela ocorre durante todo o mês de agosto e é uma iniciativa que busca promover e incentivar a prática do aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida do bebê, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde.
O termo Agosto Dourado faz referência à cor dourada do leite materno, que é considerado o “ouro líquido” para a saúde e o desenvolvimento dos bebês.
O principal objetivo da campanha é informar e educar tanto as mães quanto a sociedade em geral sobre os benefícios do aleitamento materno, além de combater mitos e tabus relacionados ao tema.
A campanha busca destacar que o leite materno é o alimento mais adequado e completo para os bebês nos primeiros meses de vida, fornecendo todos os nutrientes essenciais, proteção imunológica e fortalecendo o vínculo afetivo entre mãe e filho.
É importante ressaltar que o aleitamento materno é um direito fundamental do bebê e da mãe, e a campanha Agosto Dourado busca promover a conscientização sobre esse direito.
Além de sensibilizar a sociedade quanto à importância de criar um ambiente favorável e de apoio às mães que desejam amamentar.
Nesse período, profissionais de saúde, como nutricionistas, unem-se para conscientizar sobre os benefícios do aleitamento materno.
Neste artigo, vamos explorar a importância do aleitamento materno e fornecer dicas valiosas para os nutricionistas promoverem e apoiarem essa prática tão essencial para a saúde e o desenvolvimento dos bebês.
Sumário
Tipos de aleitamento materno
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda do binômio mãe-bebê, com repercussões no estado nutricional da criança.
Em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, e em sua saúde em longo prazo, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe.
As taxas de amamentação no Brasil, principalmente as relacionadas à amamentação exclusiva, estão consideravelmente abaixo das recomendações.
Mesmo com as inúmeras evidências científicas que comprovam a superioridade da amamentação em relação a outras formas de alimentação para crianças pequenas.
Nesse contexto, os profissionais de saúde desempenham um papel fundamental na reversão desse cenário.
Por isso, é muito importante conhecer e utilizar as definições de aleitamento materno adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e reconhecidas no mundo inteiro.
O aleitamento materno costuma ser classificado em:
- Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos.
- Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais.
- Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos.
- Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo.
- Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite.
Qual é a importância do aleitamento materno?
O Ministério da Saúde do Brasil, seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda a prática do aleitamento materno por dois anos ou mais, com aleitamento exclusivo nos primeiros seis meses.
Isso ocorre porque não há benefícios em iniciar a introdução de alimentos complementares antes dos seis meses de idade.
Pelo contrário, essa prática pode acarretar prejuízos à saúde da criança, uma vez que a introdução precoce de outros alimentos está associada:
- à maior número de episódios de diarreia;
- à maior número de hospitalizações por doença respiratória;
- a risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem nutricionalmente inferiores ao leite materno, como, por exemplo, quando os alimentos são muito diluídos;
- a menor absorção de nutrientes importantes do leite materno como o ferro e o zinco.
Sendo que já está devidamente comprovado, por estudos científicos, a superioridade do leite materno sobre os leites de outras espécies.
E são vários os argumentos em favor do aleitamento materno.
Combate à mortalidade infantil
A proteção fornecida pelo leite materno contra a mortalidade infantil é mais significativa quando a idade da criança é menor.
Portanto, crianças menores de 2 meses que não são amamentadas têm um risco seis vezes maior de mortalidade por doenças infecciosas, evidenciada à medida que a criança cresce, mas ainda sendo o dobro no segundo ano de vida.
É essencial destacar que, embora a proteção contra mortes por diarreia diminua com o passar do tempo, a proteção contra mortes por infecção respiratória permanece constante nos primeiros dois anos de vida.
Graças aos diversos fatores presentes no leite materno que oferecem proteção a favor da imunidade, há uma redução nas mortes entre as crianças que são amamentadas.
Estima-se que a prática do aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo.
Nenhuma outra estratégia específica apresenta o mesmo impacto na redução das mortes de crianças menores de 5 anos que a amamentação.
Evita diarreia
Existem evidências sólidas que comprovam que o leite materno oferece proteção contra a diarreia.
É importante ressaltar que essa proteção pode ser reduzida quando o aleitamento materno deixa de ser exclusivo.
A prática de oferecer água ou chás para crianças amamentadas, que era considerada inofensiva até recentemente, pode envolver o risco de diarreia nos primeiros seis meses de vida.
Além de prevenir a ocorrência de diarreia, a amamentação também exerce influência na gravidade dessa doença.
Crianças que não são amamentadas têm um risco três vezes maior de desidratação e de mortalidade por diarreia em comparação com crianças amamentadas.
Favorece a entrega de nutrientes para o bebê
O leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança pequena, além de ser mais bem digerido quando comparado com leites de outras espécies.
O leite materno é capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis meses, e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida, especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas.
Além disso, o aleitamento materno pode melhorar a qualidade de vida das famílias, uma vez que as crianças amamentadas adoecem menos, necessitam de menos atendimento médico, hospitalizações e medicamentos.
Promovendo o aleitamento materno como nutricionista
Dessa forma, como nutricionista, você desempenha um papel fundamental na promoção do aleitamento materno.
Oferecendo suporte nutricional adequado às mães e orientando sobre a importância de uma alimentação saudável para a produção de leite materno de qualidade.
Aqui estão algumas dicas para ajudar você a oferecer um suporte eficaz às mães:
1. Eduque sobre os benefícios:
Explique às mães os benefícios do aleitamento materno para elas e para os bebês. Informe sobre a composição do leite materno, destacando seu valor nutricional e imunológico.
2. Acompanhamento nutricional:
Ofereça um acompanhamento personalizado para garantir que as mães estejam recebendo uma alimentação adequada e equilibrada durante a fase de amamentação. Forneça orientações sobre a ingestão de calorias, hidratação e nutrientes essenciais.
3. Incentive a técnica correta:
Ensine as mães sobre a posição e a pega correta do bebê durante a amamentação. Explique como evitar problemas comuns, como fissuras mamárias e ingurgitamento mamário.
4. Suporte emocional:
Esteja disponível para oferecer suporte emocional às mães no período de amamentação. Compartilhe informações sobre grupos de apoio e redes de suporte onde as mães possam compartilhar experiências e obter encorajamento.
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Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009.
Nutricionista pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS).
Experiência acadêmica em pesquisa científica e produção de conteúdos com embasamento científico. Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.