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O magnésio é um nutriente essencial, não é produzido pelo corpo humano e deve ser consumido diariamente através da alimentação.
Existem algumas condições e doenças que afetam seus níveis no organismo, levando a quadros de inadequação e deficiência do mineral. Esses quadros são perigosos para a saúde, devido a importância do nutriente.
Para detectar a inadequação ou falta de magnésio existem dois exames principais: sangue e de urina. O ideal é unir o diagnóstico de ambos para entender os reais níveis do nutriente.
Sumário
Como é feito o exame de magnésio?
O magnésio no sangue somente se altera quando a deficiência está mais avançada, pois o corpo se esforça para manter os níveis circulantes estáveis.
Realizar somente o exame de sangue pode levar a um falso diagnóstico de que o quadro está normal. Porém, quando está alterando, caracterizando hipomagnesemia, é certeza que a deficiência está instaurada.
- Normal: 0,75 a 0,95 mmol/L;
- Hipomagnesemia (deficiência de magnésio): Abaixo de 0,75 mmol/L.
Os rins são um dos principais órgãos do corpo que controlam os níveis do magnésio. Ocorre uma redução na excreção através da urina em momentos de inadequação e deficiência, visando manter no organismo o máximo possível do mineral.
O exame recomendado é o de urina de 24 horas, onde o volume de urina de um dia inteiro é coletado. Os valores de referência precisam ser multiplicados pelo peso corporal para encontrar os níveis ideais para cada indivíduo.
IDADE | NÍVEIS DE MAGNÉSIO NORMAIS NA URINA |
3 a 5 anos | 1,4 a 6,0 mg/Kg |
6 a 8 anos | 0,7 a 3,9 mg/Kg |
9 a 11 anos | 0,6 a 3,0 mg/Kg |
acima de 12 anos | 1,3 a 1,7 mg/Kg |
Principais causas da falta de magnésio
1. Envelhecimento
Conforme envelhecemos, o metabolismo, dieta e funcionamento do organismo muda. Alguns desses fatores levam a um maior risco de inadequação de magnésio.
Por exemplo, idosos consomem menos fontes de magnésio que adultos jovens. Além disso, a absorção intestinal diminui com o envelhecimento, junto a um aumento da excreção renal que agrava o quadro.
Muitas doenças crônicas e medicamentos também afetam os níveis do mineral no corpo, contribuindo para o aumento do risco de deficiência.
2. Consumo excessivo de álcool
O consumo excessivo de álcool geralmente vem acompanhado de uma dieta pobre em nutrientes e problemas gastrointestinais, como vômitos e diarréia. Dois fatores que atrapalham a ingestão e a absorção de magnésio.
Junto a isso, a formação de urina também é aumentada, para a excreção de álcool. Doenças secundárias ao alcoolismo, como deficiência de fosfato e vitamina D, cetoacidose e problemas no fígado, também afetam o nutriente.
3. Diabetes mellitus tipo 2
Um dos primeiros sinais de diabetes é o aumento da excreção de urina, conhecido pelo termo técnico poliúria. Isso é uma forma do corpo compensar os níveis altos de glicose no sangue, que afeta de forma secundária o magnésio ao aumentar sua excreção.
4. Ingestão inadequada
Existem diversos alimentos fonte de magnésio. Os mais ricos são alimentos de origem vegetal, como cereais, leguminosas, sementes, castanhas, entre outros.
Caso a alimentação seja pobre nesses grupos de alimentos, além de vegetais e legumes, as chances de uma alimentação inadequada é grande.
5. Problemas de absorção no intestino
Indivíduos com doenças que afetam o intestino tem grande risco para falta de magnésio, devido aos problemas de absorção. Alguns exemplos são a doença de Crohn, doença celíaca e enterite.
A cirurgia bariátrica também afeta a absorção de vários nutrientes. É importante seguir a recomendação de suplementação que os profissionais de saúde orientam os indivíduos que passaram pelo procedimento.
6. Excreção renal aumentada
Além das condições mencionadas no alcoolismo e diabetes mellitus tipo 2, outras doenças que afetam o rim ou uso de medicamentos também alteram os níveis de magnésio pelo efeito na função renal.
Sintomas da falta de magnésio
O magnésio participa de mais de 300 reações químicas que ocorrem no corpo. Sua função é diversificada e importante para vários órgãos e tecidos. Portanto, os sinais de deficiência são gerais e podem ser confundidos com outros distúrbios e doenças.
Os primeiros sinais de atenção, principalmente nos grupos com maior risco para a falta de magnésio são:
- Perda de apetite
- Náusea
- Vômito
- Fadiga
- Fraqueza
Conforme os níveis do nutriente diminuiem e uma deficiência de magnésio se concretiza, agravando o quadro, os sinais e sintomas também ficam mais severos, muitas vezes necessitando de atendimento médico:
- Dormência
- Formigamento
- Contração muscular involuntária
- Câimbras
- Convulsões
- Mudança de personalidade
- Ritmo cardíaco anormal
- Espasmos coronários
A falta de magnésio no organismo também contribui para desordens e doenças como:
- Hipocalemia (deficiência de potássio)
- Hipocalcemia (deficiência de magnésio)
- Osteoporose
- Desordens neurológicas
Tratamento para a falta de magnésio
O primeiro passo para a correção de deficiência nutricionais é sempre a alimentação. Uma dieta adequada, rica em alimentos fontes de magnésio auxilia principalmente na prevenção desse quadro.
Porém, o tratamento da falta de um nutriente precisa de aporte em quantidades maiores, difíceis de serem obtidas através de alimentos apenas. O apoio de suplementos alimentares ou na forma injetável é necessário.
- Suplementos alimentares:
Prefira suplementos de magnésio orgânico, com dimalato, bisglicinato, quelato, tronato, etc. A dosagem varia de 200 a 350 mg ao dia, recomendações mais altas devem ser indicadas por um profissional de saúde.
O consumo do suplemento de magnésio por 5 a 10 meses é necessário para estabilizar os níveis com segurança.
- Suplemento intravenoso ou injetável:
Em quadro de hipomagnesemia graves, é necessário a internação hospitalar e o uso da reposição intravenosa ou injetável. Todo o processo é orientado por um médico especializado.
Quer saber mais?
- Magnésio: para que serve, benefícios e recomendação
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- Macro e micronutrientes: o que são e qual sua importância?
Referências
National Institute of Health (NIH). Magnesium: Fact Sheet for Health Professionals. Washington, DC: Office of Dietary Supplements (ODS), 2022.
Fiorentini D, Cappadone C, Farruggia G, Prata C. Magnesium: Biochemistry, Nutrition, Detection, and Social Impact of Diseases Linked to Its Deficiency. Nutrients. 2021 Mar 30;13(4):1136.
Fleury Medicina e Saúde. Dosagem de magnésio na urina. São Paulo. 2022. Acesso em: 22/09/2022.
Nutricionista pela Universidade de São Paulo (USP).
Experiência acadêmica em pesquisa científica, trabalhando com projeto sobre tratamento de epilepsia com dieta cetogênica. Atuação em educação alimentar, desenvolvendo curso de capacitação para professores da rede pública sobre nutrição.
Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.
Bom dia,
Excelente texto. Esclarecedor?
Uma pergunta, e se faço a suplementação e não estou precisando, tem algum efeito colateral?
Obrigada
Angela S.
Boa tarde, obrigada pelo contato!
Suplementar com magnésio geralmente é seguro quando feito dentro das doses recomendadas. No entanto, o excesso de magnésio pode ter alguns efeitos colaterais, como diarreia, náusea e cólicas estomacais.
Portanto, é importante seguir as orientações de dosagem recomendadas pelo seu médico ou o rótulo do suplemento. É importante que qualquer suplementação seja feita com base em uma avaliação de suas necessidades individuais e, de preferência, com orientação médica.
excelente artigo,conteúdo atingiu os objetivos, obrigada continue nos informando.
Oii Maria,
Obrigada pelo feedback ♥