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A taxa metabólica basal, ou TMB, refere-se à quantidade de energia que o corpo utiliza para manter as suas funções vitais durante um dia.
Isso envolve a respiração, manutenção da temperatura corporal, batimentos cardíacos e regulação da pressão arterial.
Ou seja, a TMB é o quanto de energia que o corpo precisa para sobreviver em repouso. Com isso, os seus valores mudam conforme o sexo, idade, peso, composição corporal, características genéticas e taxas hormonais de cada pessoa.
Sumário
Por que é importante saber a taxa metabólica basal?
A taxa metabólica basal é um parâmetro importante para o nutricionista construir o plano alimentar. Sendo relevante tanto para quem deseja emagrecer quanto para quem busca ganhar massa muscular, manter o peso ou tratar alguma doença.
Até porque, a TMB serve para identificar o quanto de energia que o corpo precisa para manter as funções vitais por dia.
O que permite que a dieta seja calculada de acordo com essas necessidades. Já que a energia é obtida através das calorias presentes nos macronutrientes dos alimentos (carboidratos, gorduras e proteínas).
Qual é a taxa metabólica basal ideal?
De modo geral, não existe uma taxa metabólica basal ideal para todo mundo, pois ela varia de acordo com as individualidades de cada pessoa.
Por exemplo, a mulher costuma ter uma TMB menor em comparação ao homem. Já que o corpo feminino tende a ter um maior percentual de gordura, que gasta menos energia do que os músculos.
Como calcular a taxa metabólica basal?
É possível descobrir a taxa metabólica basal através de três métodos: calorimetria direta, calorimetria indireta e equações preditivas. Confira abaixo as diferenças entre eles!
Calorimetria direta
A calorimetria direta mensura a taxa metabólica basal por meio do calor e o vapor de água liberado pelo corpo durante 24 horas.
Para isso, é utilizada uma câmara fechada, que mede a quantidade de calor liberado através da queima dos substratos energéticos; e o vapor de água liberado pela pele e respiração.
Apesar de esse método ser de alta precisão, ele apresenta um alto custo e requer disponibilidade total do indivíduo para permanecer na câmara por 24 horas ou mais.
Calorimetria indireta
A calorimetria indireta é um protocolo que estima a taxa metabólica basal através de um aparelho que mensura as trocas respiratórias.
Neste caso, o equipamento avalia o volume de oxigênio consumido (VO2), o volume de dióxido de carbono produzido (VCO2) e o quociente respiratório (QR = VO2/VCO2).
Dessa forma, ele consegue estimar a quantidade de energia que o corpo precisa para realizar os processos metabólicos.
Esse é um método mais simples, não-invasivo e que não requer total disponibilidade do paciente. Mas não oferece tanta precisão como a calorimetria direta.
Equações preditivas
As equações preditivas são fórmulas matemáticas que presumem a taxa metabólica basal por meio de dados individuais de cada pessoa.
Essas equações foram desenvolvidas ao longo do tempo através de vários estudos. E apesar de possuírem baixa precisão, costumam ser bastante utilizadas na prática clínica por serem de fácil aplicabilidade.
Atualmente, existem diversas fórmulas para calcular a TMB. Sendo a fórmula de Harris e Benedict uma das mais utilizadas. Veja abaixo algumas opções!
HARRIS E BENEDICT (1919)
SEXO | FÓRMULA |
Mulher | 655 + (9,6 x peso em kg) + (1,9 x altura em cm) – (4,7 x idade em anos) |
Homem | 66 + (13,8 x peso em kg) + (5,0 x altura em cm) – (6,8 x idade em anos) |
FAO/OMS (2004)
IDADE | HOMEM | MULHER |
10 a 17 | (17,686 x peso em kg) + 658,2 | (13,384 x peso em kg) + 692,6 |
18 a 29 | (15,057 x peso em kg) + 692,2 | (14,818 x peso em kg) + 486,6 |
30 a 59 | (11,472 x peso em kg) + 873,1 | (8,126 x peso em kg) + 845,6 |
> 60 | (11,711 x peso em kg) + 587,7 | (9,082 x peso em kg) + 658,5 |
MIFFLIN-ST JEOR (1990)
SEXO | FÓRMULA |
Mulher | (10 x peso em kg) + (6,25 x altura em cm) – (5,0 x idade em anos) – 161 |
Homem | (10 x peso em kg) + (6,25 x altura em cm) – (5,0 x idade em anos) + 5 |
Taxa metabólica basal X Gasto energético total: qual a diferença?
A taxa metabólica basal representa a quantidade de energia que o corpo precisa para manter as suas funções vitais.
Já o gasto energético total (GET) refere-se ao total de energia que a pessoa precisa para realizar todas as suas tarefas diárias. Ou seja, o GET inclui a TMB e a energia gasta em atividades físicas.
Geralmente, quando uma pessoa é sedentária, o seu gasto energético total é baseado em cerca de 70% de TMB e 30% de atividades físicas, como escovar os dentes, tomar banho, pentear os cabelos, limpar a casa, jogar o lixo fora, cozinhar, entre outras.
Já as pessoas ativas podem ter o GET em torno de 50% de TMB e 50% de atividades físicas, como corrida, dança, musculação, andar de bicicleta, nadar, HIIT, entre outras.
Neste caso, quanto maior for o nível da atividade física, maior será o gasto energético total do indivíduo.
Como a taxa metabólica basal interfere no peso?
De acordo com alguns estudos, a composição corporal de cada pessoa pode influenciar na taxa metabólica basal.
Isso porque, acredita-se que o músculo necessita de mais energia do que a gordura. Logo, pessoas com maior percentual de massa muscular podem ter uma maior TMB em relação a pessoas com prevalência de percentual de gordura.
Por essa razão, os exercícios aeróbicos e treinamentos de força são considerados boas opções para aumentar a TMB. Uma vez que eles favorecem a queima de gordura e ganho de massa muscular.
Além disso, a alimentação também apresenta grande influência na taxa metabólica basal. Já que as proteínas, gorduras boas, carboidratos complexos, fibras, água, vitaminas e minerais são nutrientes que contribuem para o peso saudável e o aumento da TMB.
Por outro lado, uma dieta rica em açúcar, gorduras de má qualidade, sal, aditivos químicos e carboidratos simples favorece o ganho de peso e o acúmulo de gordura. O que leva a alterações hormonais e diminuição da TMB.
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Referências
JOCKNER, M. R. et al. CORRELAÇÃO ENTRE TAXA METABÓLICA BASAL E VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA NO TREINAMENTO RESISTIDO FUNCIONAL EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME METABÓLICA. Colloquium Vitae. v. 11, n. 1, p. 45-50. 2019.
KRÜGER, R. L. et al. Validation of predictive equations for basal metabolic rate in eutrophic and obese subjects. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. v. 17, n. 1, p. 73-81, 2014.
REDONDO, R. B. Gasto energético en reposo. Métodos de evaluación y aplicaciones. Revista Española de Nutrición Comunitaria. v. 21, n. 1, p. 243-251, 2015.
WESTPHAL, G. et al. Taxa metabólica basal de adolescentes com sobrepeso ou obesidade. Research, Society and Development. v. 10, n. 1, p. 1-9, 2021.
Nutricionista pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS).
Experiência acadêmica em pesquisa científica e produção de conteúdos com embasamento científico. Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.