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Taxa metabólica basal: o que é e como calcular?

duas mulheres, sendo uma delas nutricionista realizando a fórmula de taxa metabólica basal
7 minutos de leitura

A taxa metabólica basal, ou TMB, refere-se à quantidade de energia que o corpo utiliza para manter as suas funções vitais durante um dia.

Isso envolve a respiração, manutenção da temperatura corporal, batimentos cardíacos e regulação da pressão arterial.

Ou seja, a TMB é o quanto de energia que o corpo precisa para sobreviver em repouso. Com isso, os seus valores mudam conforme o sexo, idade, peso, composição corporal, características genéticas e taxas hormonais de cada pessoa.

Por que é importante saber a taxa metabólica basal?

A taxa metabólica basal é um parâmetro importante para o nutricionista construir o plano alimentar. Sendo relevante tanto para quem deseja emagrecer quanto para quem busca ganhar massa muscular, manter o peso ou tratar alguma doença.

Até porque, a TMB serve para identificar o quanto de energia que o corpo precisa para manter as funções vitais por dia.

O que permite que a dieta seja calculada de acordo com essas necessidades. Já que a energia é obtida através das calorias presentes nos macronutrientes dos alimentos (carboidratos, gorduras e proteínas).

Qual é a taxa metabólica basal ideal?

De modo geral, não existe uma taxa metabólica basal ideal para todo mundo, pois ela varia de acordo com as individualidades de cada pessoa.

Por exemplo, a mulher costuma ter uma TMB menor em comparação ao homem. Já que o corpo feminino tende a ter um maior percentual de gordura, que gasta menos energia do que os músculos.

Como calcular a taxa metabólica basal?

É possível descobrir a taxa metabólica basal através de três métodos: calorimetria direta, calorimetria indireta e equações preditivas. Confira abaixo as diferenças entre eles!

Calorimetria direta

A calorimetria direta mensura a taxa metabólica basal por meio do calor e o vapor de água liberado pelo corpo durante 24 horas.

Para isso, é utilizada uma câmara fechada, que mede a quantidade de calor liberado através da queima dos substratos energéticos; e o vapor de água liberado pela pele e respiração.

Apesar de esse método ser de alta precisão, ele apresenta um alto custo e requer disponibilidade total do indivíduo para permanecer na câmara por 24 horas ou mais.

Calorimetria indireta

A calorimetria indireta é um protocolo que estima a taxa metabólica basal através de um aparelho que mensura as trocas respiratórias.

Neste caso, o equipamento avalia o volume de oxigênio consumido (VO2), o volume de dióxido de carbono produzido (VCO2) e o quociente respiratório (QR = VO2/VCO2).

Dessa forma, ele consegue estimar a quantidade de energia que o corpo precisa para realizar os processos metabólicos.

Esse é um método mais simples, não-invasivo e que não requer total disponibilidade do paciente. Mas não oferece tanta precisão como a calorimetria direta.

Equações preditivas

As equações preditivas são fórmulas matemáticas que presumem a taxa metabólica basal por meio de dados individuais de cada pessoa.

Essas equações foram desenvolvidas ao longo do tempo através de vários estudos. E apesar de possuírem baixa precisão, costumam ser bastante utilizadas na prática clínica por serem de fácil aplicabilidade.

Atualmente, existem diversas fórmulas para calcular a TMB. Sendo a fórmula de Harris e Benedict uma das mais utilizadas. Veja abaixo algumas opções!

HARRIS E BENEDICT (1919)

SEXOFÓRMULA
Mulher655 + (9,6 x peso em kg) + (1,9 x altura em cm) – (4,7 x idade em anos)
Homem66 + (13,8 x peso em kg) + (5,0 x altura em cm) – (6,8 x idade em anos)

FAO/OMS (2004)

IDADEHOMEMMULHER
10 a 17(17,686 x peso em kg) + 658,2(13,384 x peso em kg) + 692,6
18 a 29(15,057 x peso em kg) + 692,2(14,818 x peso em kg) + 486,6
30 a 59(11,472 x peso em kg) + 873,1(8,126 x peso em kg) + 845,6
> 60(11,711 x peso em kg) + 587,7(9,082 x peso em kg) + 658,5

MIFFLIN-ST JEOR (1990)

SEXOFÓRMULA
Mulher(10 x peso em kg) + (6,25 x altura em cm) – (5,0 x idade em anos) – 161
Homem(10 x peso em kg) + (6,25 x altura em cm) – (5,0 x idade em anos) + 5

Taxa metabólica basal X Gasto energético total: qual a diferença?

A taxa metabólica basal representa a quantidade de energia que o corpo precisa para manter as suas funções vitais.

Já o gasto energético total (GET) refere-se ao total de energia que a pessoa precisa para realizar todas as suas tarefas diárias. Ou seja, o GET inclui a TMB e a energia gasta em atividades físicas.

Geralmente, quando uma pessoa é sedentária, o seu gasto energético total é baseado em cerca de 70% de TMB e 30% de atividades físicas, como escovar os dentes, tomar banho, pentear os cabelos, limpar a casa, jogar o lixo fora, cozinhar, entre outras.

Já as pessoas ativas podem ter o GET em torno de 50% de TMB e 50% de atividades físicas, como corrida, dança, musculação, andar de bicicleta, nadar, HIIT,  entre outras.

Neste caso, quanto maior for o nível da atividade física, maior será o gasto energético total do indivíduo.

Como a taxa metabólica basal interfere no peso?

De acordo com alguns estudos, a composição corporal de cada pessoa pode influenciar na taxa metabólica basal.

Isso porque, acredita-se que o músculo necessita de mais energia do que a gordura. Logo, pessoas com maior percentual de massa muscular podem ter uma maior TMB em relação a pessoas com prevalência de percentual de gordura.

Por essa razão, os exercícios aeróbicos e treinamentos de força são considerados boas opções para aumentar a TMB. Uma vez que eles favorecem a queima de gordura e ganho de massa muscular.

Além disso, a alimentação também apresenta grande influência na taxa metabólica basal. Já que as proteínas, gorduras boas, carboidratos complexos, fibras, água, vitaminas e minerais são nutrientes que contribuem para o peso saudável e o aumento da TMB.

Por outro lado, uma dieta rica em açúcar, gorduras de má qualidade, sal, aditivos químicos e carboidratos simples favorece o ganho de peso e o acúmulo de gordura. O que leva a alterações hormonais e diminuição da TMB.

Quer saber mais?

Referências

JOCKNER, M. R. et al. CORRELAÇÃO ENTRE TAXA METABÓLICA BASAL E VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA NO TREINAMENTO RESISTIDO FUNCIONAL EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME METABÓLICA. Colloquium Vitae. v. 11, n. 1, p. 45-50. 2019.

KRÜGER, R. L. et al. Validation of predictive equations for basal metabolic rate in eutrophic and obese subjects. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. v. 17, n. 1, p. 73-81, 2014.

REDONDO, R. B. Gasto energético en reposo. Métodos de evaluación y aplicaciones. Revista Española de Nutrición Comunitaria. v. 21, n. 1, p. 243-251, 2015.

WESTPHAL, G. et al. Taxa metabólica basal de adolescentes com sobrepeso ou obesidade. Research, Society and Development. v. 10, n. 1, p. 1-9, 2021.

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Nutricionista pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS).

Experiência acadêmica em pesquisa científica e produção de conteúdos com embasamento científico. Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.

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