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Durante a gestação, a imunidade das mulheres pode sofrer algumas alterações. Tudo indica que isso pode ocorrer devido ao desenvolvimento do feto, o qual pode ser interpretado como um “corpo estranho” pelo sistema imunológico.
À vista disso, o sistema de defesa da mãe começa a mudar para conviver em harmonia com o bebê. Ou seja, ele se adapta à gestação como uma forma de proteção.
Por outro lado, algumas alterações hormonais da gravidez podem contribuir para a maior facilidade de infecções leves, como resfriados e gripes.
Assim como, a proliferação de bactérias, vírus e fungos em regiões específicas do corpo da mãe, como a vulva e a vagina.
Logo, é muito importante que a mulher saiba como aumentar a imunidade na gravidez para prevenir esses problemas. Então, veja a seguir o que deve (e o que não deve) ser feito!
Sumário
Tome todas as vacinas
Manter as vacinas atualizadas é o primeiro ponto para prevenir doenças e complicações da gavidez. Além de que, a vacinação também garante a proteção do bebê, favorecendo-o de anticorpos para resistir a infecções.
Dentre as vacinas que as gestantes devem tomar, incluem-se:
- hepatite A e B;
- influenza (gripe);
- tétano;
- difteria;
- coqueluche.
Por isso, siga à risca as recomendações do seu obstetra, pois as vacinas são grandes reforços para aumentar a imunidade na gravidez!
Busque alternativas de manejo do estresse
Sabemos que as alterações hormonais da gravidez fazem os nervos ficarem à flor da pele. Mas, saber controlar o estresse é muito importante para evitar a queda da imunidade.
Acontece que, quando o cortisol (hormônio do estresse) está aumentado, há um desequilíbrio no sistema de defesa. Consequentemente, o corpo passa a ficar mais suscetível a infecções.
Devido a isso, o ideal é tentar se livrar de situações que favorecem o estresse constante. No entanto, nem sempre isso é possível, especialmente se as causas forem no trabalho.
Sendo assim, recomenda-se que a gestante busque maneiras de manejo do estresse, a fim de aliviar a carga emocional.
Nesse sentido, é válido optar por práticas de meditação, massagens corporais, exercícios físicos ou adotar um hobby.
Mantenha uma boa hidratação
A água é fundamental para manter o corpo hidratado. Mas, além disso, ela também é uma das principais responsáveis por eliminar as impurezas do corpo. Permitindo, então, que o sistema imunológico tenha menos agentes para destruir.
Vale destacar que, na gravidez, a ingestão de água deve ser aumentada pela mulher. Uma vez que as necessidades do corpo são maiores, pois o volume sanguíneo aumenta no período gestacional.
Descanse o suficiente
É completamente normal sentir mais sono na gravidez, e isso deve ser respeitado!
Afinal, o corpo da mulher está trabalhando mais do que o costume para manter o equilíbrio entre a mãe e o bebê.
Por isso, tente dormir, no mínimo, 7 horas por noite. E, se possível, sempre que sentir que precisa dar uma pausa durante o dia, o faça!
Tome sol
A exposição solar adequada é fundamental para a síntese de vitamina D no organismo. A qual é uma grande aliada na manutenção do sistema de defesa, combate de infecções e aumentar a imunidade na gravidez.
A vitamina D na gravidez é uma das mais suplementadas. Uma vez que a sua ingestão através da alimentação costuma ser insuficiente em muitas gestantes.
Mas, geralmente, recomenda-se também a exposição solar diária de 15 minutos, antes das 10 horas da manhã ou depois das 4 horas da tarde.
Tenha uma alimentação nutritiva
Não é segredo para ninguém que uma alimentação saudável e equilibrada é importante para reforçar a imunidade. No caso de uma dieta para gestante, isso não é diferente!
No geral, toda mulher grávida deve priorizar alimentos naturais e integrais, optando pelo máximo possível de variedade de frutas, legumes, verduras, sementes e hortaliças.
Isso porque, esses alimentos garantem todos os nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento da gravidez. Além de serem cruciais para fortalecer o sistema imunológico da gestante.
Dentre os nutrientes mais importantes para aumentar a imunidade na gravidez, destaca-se o ferro, zinco, selênio, vitamina C, A, E e B6. Veja abaixo algumas fontes alimentares!
7 alimentos para aumentar a imunidade na gravidez
1. Ferro
Alimentos fontes de ferro | Quantidade de ferro em 100 gramas |
Carne bovina (patinho) | 3,0 mg |
Ervilha | 1,4 mg |
Feijão preto | 1,5 mg |
Fígado bovino | 5,8 mg |
Grão de bico | 5,4 mg |
2. Zinco
Alimentos fontes de zinco | Quantidade de zinco em 100 gramas |
Amendoim | 2,1 mg |
Castanha de caju | 4,7 mg |
Coxa de frango sem pele | 2,8 mg |
Lentilha | 1,1 mg |
Sardinha | 1,3 mg |
3. Selênio
Alimentos fontes de selênio | Quantidade de selênio em 100 gramas |
Castanha de caju | 23,4 mcg |
Castanha do Pará | 2960 mcg |
Ovo | 30,8 mcg |
Peito de frango | 20 mcg |
Semente de girassol | 59,5 mcg |
4. Vitamina C
Alimentos fontes de vitamina C | Quantidade de vitamina C em 100 gramas |
Acerola | 941,4 mg |
Goiaba | 80,6 mg |
Kiwi | 70,8 mg |
Laranja | 53,2 mg |
Limão galego | 34,5 mg |
5. Vitamina A
Alimentos fontes de vitamina A | Quantidade de vitamina A em 100 gramas |
Abóbora moranga | 350 mcg |
Cenoura | 2813 mcg |
Leite integral | 280 mcg |
Ovo | 191 mcg |
Queijo muçarela | 241 mcg |
6. Vitamina E
Alimentos fontes de vitamina E | Quantidade de vitamina E em 100 gramas |
Abacate | 2,27 mg |
Azeite de oliva | 12,6 mg |
Couve manteiga | 8 mg |
Espinafre | 2,73 mg |
Salmão | 1,35 mg |
7. Vitamina B6
Alimentos fontes de vitamina B6 | Quantidade de vitamina B6 em 100 gramas |
Agrião | 0,09 mg |
Alho | 1,24 mg |
Pimentão amarelo | 0,06 mg |
Repolho roxo | 0,09 mg |
Tomate | 0,11 mg |
Dicas extras
Existem alguns hábitos que, além de serem bastante prejudiciais para a gravidez, também podem enfraquecer o sistema imunológico da gestante. Por isso, deve-se evitar:
- bebidas alcoólicas e outras drogas;
- cigarro;
- se automedicar;
- alimentos industrializados, especialmente aqueles com alto teor de açúcar, sal, gordura saturada, gordura trans e farinha refinada.
Além disso, aumente o seu consumo de frutas, vegetais verde-escuros e alimentos funcionais, como gengibre, alho e cebola.
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Referências
BARREIRA, J. F. et al. ALTERAÇÕES IMUNOLÓGICAS E DA FUNÇÃO TIROIDEIA NA GRAVIDEZ E NO PERÍODO PÓS-PARTO. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Porto, Portugal, v. 29, n. 2, p. 56-60, fev. 2014.
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA). Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos (TACO). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). 4ª edição. Campinas, SP, 2011.
PHILIPPI, S. T. Tabela de composição de alimentos: Suporte para decisão nutricional. 4ª edição. Manole Ltda, 2013, 1-142.
SARAFANA, S. et al. ASPECTOS DA IMUNOLOGIA DA GRAVIDEZ. Acta Médica Portuguesa. Lisboa, Portugal, v. 20, p. 355-358, 2007.
TAVARES, M. V. et al. VACINAS E GRAVIDEZ. Acta Médica Portuguesa. Lisboa, Portugal, v. 24, n. S4, p. 1063-1068, 2011.
Nutricionista pela Universidade de São Paulo (USP).
Experiência acadêmica em pesquisa científica, trabalhando com projeto sobre tratamento de epilepsia com dieta cetogênica. Atuação em educação alimentar, desenvolvendo curso de capacitação para professores da rede pública sobre nutrição.
Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.