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Você sabe a diferença entre nutrigenômica e nutrigenética? Para entender a diferença entre estes dois conceitos tão importantes para o nutricionista, antes é necessário saber o que é e o que cada um deles representa.
Muitas vezes, a nutrigenética e nutrigenômica são palavras utilizadas como sinônimos para se tratar do estudo conjunto da área da nutrição com a ciência genética e sua influência nos diferentes fenótipos da saúde e doença.
Confira a seguir as evidências científicas a respeito de cada termo e saiba como utilizar a nutrigenômica e a nutrigenética na sua prática clínica.
Assim, você poderá levar suas consultas para outro nível. Saiba mais a seguir!
Sumário
Nutrigenética x nutrigenômica
Conheça abaixo a definição de cada um deles e descubra a diferença entre nutrigenética e nutrigenômica.
Assim, você pode utilizar o termo da maneira correta e entender quando buscar por cada um deles nas suas pesquisas em artigos científicos.
Nutrigenômica
A definição de nutrigenômica diz que é um estudo baseado em como a ingestão de certos compostos pode afetar a expressão gênica.
O uso de ferramentas de genômica funcional é utilizado para sondar um sistema biológico seguindo um estímulo nutricional que visa compreender melhor como os nutrientes afetam vias e controle homeostático.
Para se ter uma ideia, alguns dos temas mais buscados nas bases científicas em torno da nutrigenômica são referentes a algumas patologias e como o consumo alimentar pode afetar a expressão dos genes relacionados com doenças, como:
- Obesidade;
- Câncer;
- Diabetes;
- Alzheimer;
- Doenças crônico não transmissíveis.
Nutrigenética
Por outro lado, a nutrigenética é a análise de como genes do paciente estão relacionados com o metabolismo e podem estar associados às patologia.
É a área que pesquisa o efeito da variação genética com uma dieta ou interação com doenças. Assim, há a identificação de genes responsáveis pela resposta diferente a uma mesma dieta.
O conceito de nutrigenética compreende os estudos epidemiológicos em que se analisa a maneira estatística do efeito distinto de uma dieta conforme o genótipo.
Após ter clara a definição de cada um dos dois termos e analisar o que cada conceito quer dizer podemos traçar uma comparação e concluir que são opostos uma vez que a nutrigenética estuda tal coisa e a nutrigenômica outra coisa
Não é possível classificar um ou outro como mais ou menos importante, ambos tem a sua contribuição para a saúde e são complementares.
Portanto, este acaba sendo um dos motivos que os termos estão sempre juntos, pois é preciso entender da nutrigenômica para analisar a nutrigenética.
Por quê?
O mapa genético realizado no Projeto Genoma Humano, que foi finalizado em 2013, foi crucial para fornecer ferramentas sobre aspectos genéticos.
São ferramentas que muito interessam ao nutricionista clínico, por isso, a área ganhou tanto destaque.
Atualmente, há um cenário no qual os avanços da genética molecular e o sequenciamento do genoma humano permitiram, não apenas, o aprimoramento de ferramentas na área nutricional, bem como na própria atuação do nutricionista.
Isto também só aumenta a importância da nutrição para a sociedade, podendo ter cada vez mais uma abordagem personalizada e direcionada para cada indivíduo.
Para quê serve a nutrigenética e nutrigenômica?
Aprender sobre a ligação entre os genes e os nutrientes e compostos bioativos encontrados nos alimentos é importante para o nutricionista.
Assim, é possível entender melhor como a dieta pode interagir com os componentes genéticos do seu paciente.
Sendo assim, com a nutrigenômica o nutricionista pode saber como a alimentação pode agir na modulação da expressão genética.
Desta forma, pode trazer uma nutrição mais personalizada, que funciona, de acordo com a individualidade bioquímica daquela pessoa.
O uso da nutrigenética e nutrigenômica também traz o que é chamado de nutrição de precisão.
O nome vem da medicina de precisão, que traz tanto a prevenção, quanto tratamentos mais assertivos.
Sem dúvidas, aplicar na sua prática clínica irá levar sua consulta nutricional para outro nível. Veja como a seguir.
Até porque, gradualmente esta tendência da nutrição chega ao conhecimento do público leigo, que parte em busca deste tipo de tratamento.
Como aplicar na prática clínica?
Ao aplicar a nutrigenética, assim como a nutrigenômica na sua prática clínica, da forma correta irá poder descobrir predisposições daquele paciente e receber diagnósticos de doenças com mais facilidade e assertividade.
Para aplicar, o seu paciente irá fazer um teste genético, que é conhecido também por mapeamento genético.
Teste genético
O mapeamento genético é um teste feito em torno do genoma, em que este é sequenciado a fim de analisar o DNA e identificar doenças, predisposições.
Os testes nutrigenéticos são exames laboratoriais preditivos que identificam variantes genéticas que influenciam a forma como o organismo reage a determinados nutrientes.
Polimorfismos
Estas variantes genéticas buscadas nos testes genéticos são conhecidas como polimorfismos e os mais frequentes são os SNPs – polimorfismos de nucleotídeo único.
Os SNPs são alterações genéticas presentes em mais de 1% da população e podem estar localizados em várias partes do gene, que são nomeadas de promotora, codificadora e não codificadoras.
Quando os SNPs acontecem na região promotora e codificadora existe maior probabilidade de modificar o funcionamento do gene e, consequentemente, a proteína formada.
Vale ressaltar que o teste genético pode te ajudar a determinar qual o plano alimentar mais adequado para cada pessoa, tendo como objetivo a obtenção de um estado de saúde ótimo.
Também permitem avaliar o potencial risco ou proteção que cada indivíduo apresenta em relação ao desenvolvimento de certas patologias.
Certamente, ao saber que a pessoa que está se consultando com você tem predisposição genética a ter hipertensão sua conduta será diferente do que se identificar maior predisposição para câncer, doenças cardíacas ou diabetes.
Então, pode-se ajustar e focar no manejo da dieta para a prevenção mais adequada de cada patologia com a nutrição ideal.
Quer saber mais?
- Guia para nutricionistas: solicitação de exames e formulação
- Consulta online com nutricionista: como se destacar?
Referências
CORELLA, Dolores et al. Nutrigenética, nutrigenómica y dieta mediterránea: una nueva visión para la gastronomía. Nutricion hospitalaria, v. 35, n. SPE4, p. 19-27, 2018.
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GARCIA, Ana Elizabeth Alamino; SBRISSE, Elaine Uchôa; DE GODOY, Isabelle Bueno Silva. A Nutrigenômica e Nutrigenética no Brasil. Revista Faculdades do Saber, v. 8, n. 18, p. 1870-1882, 2023.
GIL, Marta Margato Pereira Loureiro. A Nutrigenética e Nutrigenómica: Uma Nova Abordagem nas Estratégias Nutricionais em Atletas?. 2021.
VALENTE, Maria Anete Santana et al. Nutrigenômica/nutrigenética na elucidação das doenças crônicas. HU Revista, v. 40, n. 3 e 4, 2014.
Nutricionista pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS).
Experiência acadêmica em pesquisa científica e produção de conteúdos com embasamento científico. Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.