|
Nutri, você conhece a escala da fome e saciedade e sabe como usá-la na sua consulta nutricional?
Neste artigo, você encontra a explicação do que é e vê como a ferramenta pode ser utilizada, da forma mais lúdica possível.
Saiba tudo sobre a escala da fome e da saciedade, para quê serve, como apresentar no seu consultório, de maneira física ou enviado digitalmente?
Ao entender o que é e sua utilidade, irá descobrir a melhor opção para usar e como é importante trazer este tipo de material para o dia a dia do atendimento nutricional.
Sumário
O que é a escala da fome e da saciedade?
A escala da fome e saciedade nada mais que uma ferramenta utilizada para medir o nível, ou intensidade, se preferir, de fome e saciedade.
Escala essa que vai de 1 a 10, sendo que o número 1 sinaliza o maior grau de fome, aquele estado faminto.
Por outro lado, o número 10 representa justamente o oposto. É algo como “estou com a barriga cheia”, ou ainda, me sinto satisfeito, não aguento mais comer.
Normalmente a escala é representada por uma imagem gráfica, similar a um medidor de gasolina.
Em geral, a escala da fome e da saciedade é representada de forma colorida, em tons de vermelho e verde.
Desta forma, é muito mais visual. Inclusive, muitos modelos possuem o centro, que representa a saciedade de uma cor e as pontas de outra.
No entanto, cada profissional pode usar a criatividade para fazer o seu. A escala é uma forma lúdica de explicar os conceitos de fome e de saciedade durante sua consulta.
Além de ser de fácil entendimento, é algo visual para o próprio paciente começar a detectar quando está com fome e quando não está.
Escala da fome e da saciedade: para que serve?
A escala da fome e da saciedade é relevante no atendimento, já que ensina ao seu paciente, uma forma de aprender a identificar quando está com fome. Embora possa parecer fácil, descobrir os sinais de saciedade pode ser desafiador.
Saber se é fome ou não, é o primeiro passo para entender o que mais pode ser. Uma vontade de comer alguma coisa diferente ou um prato específico?
Em tempos onde o autocuidado vem ganhando cada vez mais destaque, essa ferramenta pode ser usada para significar quando realmente existe a fome.
O interessante é que o nutricionista vai ensinar como o paciente usar a escala, sempre que puder, antes de comer.
Para diferenciar a fome física da fome emocional, cabe o profissional ajudar e instruir o paciente neste sentido.
Não é exagero dizer que a alimentação consciente está intimamente ligada com a escala da fome e saciedade e é uma grande alinhada neste sentido.
O mindful eating, que seria o comer com atenção plena, é outra técnica que pode ser utilizada em conjunto com a escala. Assim, se come quando tem fome de verdade, e tem atenção ao comer.
Desta forma, fica mais possível para o paciente controlar seu comportamento alimentar em casa e seguir uma boa alimentação no seu dia a dia. Mesmo quando está sentindo mais tristeza, ansiedade ou agitação.
Assim, a escala é útil para entender se o que está sentindo é fome biológica, ou é outro sentimento, como a fome emocional.
Também ajuda a trazer autocontrole para quem usa, evitando se alimentar em quantidade excessiva.
Como usar a escala nas consultas?
A melhor forma de usar a escala da fome e da saciedade nas suas consultas nutricionais é durante o atendimento mostrar a escala e ensinar como usar.
Depois da consulta, você pode enviar a versão digital da escala da fome e da saciedade, ou dar um modelo impresso.
Isto junto ao plano alimentar e as suas orientações nutricionais. Assim, cada um pode levar para casa e usar diariamente, sempre que precisar.
Como usar a escala?
A variação ideal da escala é entre 4 a 6, sendo aquele nível em que não está nem com fome, mas nem completamente lotado, passando mal. É o nível ideal de saciedade.
A orientação é para não chegar nas bordas da escala, sendo os níveis mais baixos e mais altos.
Os primeiros números representam aquela sensação de estar ”morrendo de fome”, passando mal, quase desmaiando, com dor de cabeça, tontura. É um estágio onde pode ter prejuízos à saúde e o bem-estar.
Por outro lado, ninguém precisa comer até passar mal de estar com a barriga lotada.
É outra sensação que causa mal-estar, além de não fazer bem à saúde a longo prazo.
Sendo assim, manter o nível de um pouco de fome, e logo comer, para se sentir satisfeito, mas sem ter comido excessivamente é ótimo.
Assim, evita-se aquele ciclo de dieta e compulsão alimentar muito comum de encontrar nos paciente que buscam ajuda das nutricionistas no consultório.
É quando a pessoa faz dietas restritivas, comendo pouco, ou ainda, fica um grande período sem se alimentar.
Contudo, depois, a fome somada à restrição intensa gera um comportamento alimentar desajustado. É aquela famosa sensação relatada de comer tudo que vê pela frente.
No consultório
Usar a escala da fome e da saciedade no consultório de nutrição é mais fácil do que parece. Basta você imprimir um modelo e plastificar com plástico-adesivo transparente tipo Contact.
Outra opção é imprimir a escala em um papel A4 e fazer um quadrinho para ter na parede do seu consultório.
Assim, durante a consulta, você explica o que é, como usar, e já tem uma representação visual pronta.
Depois, você pode enviar uma versão em PDF, como uma lâmina, ou ainda, como uma imagem, via WhatsApp.
Durante consultas on-line
Para utilizar a escala da fome e da saciedade durante suas consultas online, a dica é outra.
Você pode preparar uma apresentação com a imagem da escala, entre outras informações, e compartilhar sua tela durante uma reunião online, utilizando uma ferramenta como o Google Meet, por exemplo.
Outra ideia é enviar a imagem digitalmente. Enquanto explica para o paciente o que é, a pessoa já pode olhar, visualizar e tirar suas dúvidas.
São várias opções para enviar o material, que pode ser por WhatsApp, e-mail, ou até mesmo, se reunir em uma call tipo Google Meet, dá para enviar pelo chat.
A ideia é enviar o material antes da consulta para que possa ser discutida durante o atendimento, ensinando a usar a escala. É essencial que você ensine quando usar e como.
Concluindo, ao aprender a usar a escala de fome e saciedade, seu paciente irá entender melhor a quantidade de comida que precisa ingerir.
Assim, você pode focar ainda mais na abordagem qualitativa, trazendo maior qualidade dos alimentos ingeridos.
Quer saber mais?
- Quantidade de água por dia: Quanto é o ideal para cada pessoa?
- 8 lanches proteicos para incluir na dieta – Com receita!
Referências
CARLOS, Lígia de Oliveira. Você tem fome de que?.
Escala da fome. Adapted from You Count, Calories Don’t , Ominchanski, L. (1992). MIT Medical.
Nutricionista pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS).
Experiência acadêmica em pesquisa científica e produção de conteúdos com embasamento científico. Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.