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Como prescrever ômega 3 nas fases da vida?

cápsulas de omega 3 para crianças
6 minutos de leitura

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o termo “saúde” contempla não apenas a ausência de doenças e enfermidades, mas também é um estado de bem-estar físico, mental e social ao longo das fases da vida.

Com isso, o esclarecimento sobre doenças, desenvolvimento de medicamentos e compreensão da atuação dos nutrientes no corpo têm sido de grande valia para minimizar os riscos de aparecimento de doenças, aumentar a qualidade de vida dos indivíduos e desenvolver novos tratamentos para diversas patologias. 

O ômega 3 é um dos suplementos mais usados no Brasil, estudos relatam que esse nutriente exerce funções favoráveis e pode promover um envelhecimento saudável, pois ele apresenta indicações para as fases da vida. 

Como exemplo, pode ser recomendado para inibir o declínio cerebral relacionado à idade e para grávidas, a suplementação de ômega 3 pode colaborar na prevenção de depressão pós-parto.

Pensando nisso, preparamos esse material como um guia para sua prática profissional, trazendo um compilado de informações sobre como a suplementação de ômega 3 pode ser favorável nas diversas fases da vida. 

Ômega 3 na infância e adolescência 

Sabe-se que 15% do cérebro do bebê é composto de DHA e que, até os 3 anos de idade, ocorre a formação de quase 70% do cérebro da criança. A ingestão de ômega 3, portanto, torna-se fundamental nesse caso. 

Diversos estudos mostram que os ácidos graxos ômega 3 têm um papel fundamental nessas fases da vida, como crescimento e desenvolvimento infantil com implicações especiais no(a): 

  • Sistema nervoso central, mostrando melhorias em diferentes parâmetros da função cognitiva.
  • Desenvolvimento visual, resultando em melhor acuidade visual. 
  • Saúde cardiovascular, melhorando a pressão arterial. 
  • Sistema imunológico, protegendo a criança contra alergias na primeira infância.

O DHA acumula-se rapidamente no córtex pré-frontal (CPF) desde o período perinatal até os primeiros 18 anos de vida, com pouco aumento após a segunda década de vida. 

Isso sugere que entre as fases de vida, a adolescência é um período crucial para garantir o acúmulo adequado de DHA no CPF.

Como mencionado acima, os ácidos graxos poli-insaturados são críticos para o desenvolvimento e função do cérebro nas fases de vida iniciais, e sua deficiência pode ter consequências funcionais em longo prazo, como comprometimento da memória, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), depressão ou transtornos de ansiedade. 

Em estudo realizado com adolescentes, foi relatado que aqueles com maior concentração de EPA + DHA no sangue tiveram melhor desempenho no teste de função de atenção. 

No geral, a literatura sugere que o DHA está associado ao desempenho da atenção em adolescentes, especificamente com atenção seletiva e sustentada.

Recomendação de ômega 3 entre 1-15 anos

De acordo com Dietary Reference Intakes (DRIs, 2019), a recomendação diária de ômega 3 para essas fases da vida (1 a 15 anos) é dividida da seguinte forma:

  • 0,7g para crianças de 1 a 3 anos; 
  • 0,9g para crianças de 4 a 8 anos; 
  • 1,2g para meninos de 8 a 13 anos; 
  • 1g para meninas de 8 a 13 anos;
  • 1,6g para meninos de 14 a 18 anos;
  • 1,1g para meninas de 14 a 18 anos.
mulher segurando omega 3 para adultos

Ômega 3 na vida adulta

Como sabemos, são relatados vários benefícios da ingestão de ômega 3 ao longo das fases da vida, conforme alguns estudos.

É possível perceber a diminuição do estresse oxidativo, diminuição da expressão de proteínas pró-inflamatórias, aumento da expressão de proteínas anti-inflamatórias e melhoria do declínio cognitivo associado a patologias e classificado em leve a moderado.

A literatura também mostra que a suplementação de ômega 3 pode favorecer a prevenção e o tratamento de doenças cardiovasculares, inflamatórias, infecções e reduzir a ocorrência de lesões e alterações imunológicas também. 

Entre os benefícios podemos encontrar:

  • Impacta positivamente na prevenção e no tratamento da depressão e ansiedade.
  • Favorece a diminuição de complicações e tempo de internação pós-parto. 
  • Contribui para a manutenção da boa visão no adulto. 
  • Auxilia na atenuação a gravidade da desnutrição
  • Ajuda na redução do colesterol LDL.

Recomendação de ômega 3 para a fase da vida adulta

A maioria dos estudos aponta que para essa fase da vida o mais eficiente é ingerir o EPA e DHA na proporção de 2:1. Para adultos saudáveis, a recomendação geral é de 1,4 a 2,6g ao dia na proporção de EPA e DHA. 

A AHA (American Heart Association) afirma que, para pessoas que apresentem um histórico familiar de doenças cardiovasculares, a recomendação necessária de ômega 3 pode chegar até 5g por dia. 

No caso de elevados níveis de triglicérides, a AHA indica o consumo de 2 a 4g de EPA e DHA por dia.

mulher segurando omega 3 para idosos

Ômega 3 para idosos

Com o passar de cada fase os níveis cerebrais de DHA diminuem, e estudos mostram a baixa concentração desse nutriente entre pacientes com Alzheimer. 

É possível afirmar, desse modo, que o baixo DHA cerebral contribui para a diminuição das funções cognitivas observadas com o avanço da idade em geral e em maior grau na demência.

Também é relatado, pela literatura, que esse nutriente desempenha papel no estímulo à síntese de massa muscular, pois o ômega 3, principalmente o EPA, tem ação anti-inflamatória, podendo auxiliar na prevenção e combate da sarcopenia. 

Vários estudos também mostram que os ácidos graxos ômega 3 auxiliam na promoção e recuperação da saúde cardiovascular, pela redução dos níveis de triglicerídeos e no controle do colesterol, o que é importante para favorecer a prevenção de doenças como aterosclerose e infarto agudo do miocárdio.

Recomendação de ômega 3 para idosos

A recomendação de ômega 3 nessa fase da vida pode variar de 1200 a 3000 mg a depender de características individuais e a doença-alvo do tratamento. 

No geral é recomendado o foco em abordagens personalizadas e o conhecimento das necessidades nutricionais e médicas específicas do paciente para determinar a recomendação de uso ideal de ômega 3 em cada fase da vida.

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Nutricionista pela Universidade de São Paulo (USP).

Experiência acadêmica em pesquisa científica, trabalhando com projeto sobre tratamento de epilepsia com dieta cetogênica. Atuação em educação alimentar, desenvolvendo curso de capacitação para professores da rede pública sobre nutrição.

Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.

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