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Intervenções dietéticas para atenuar os sintomas da gravidez

Qual a melhor vitamina para gestante. Mulher grávida cozinhando.
6 minutos de leitura

Náuseas e vômitos estão entre os primeiros sintomas da gravidez, eles podem aparecer em diferentes semanas da gestação e manifestam-se em vários graus de gravidade, na pior das hipóteses como hiperêmese gravídica (HG).

A prevalência de náuseas e de vômitos na gestação (NVG) está em torno de 85%, desses, em 25% dos casos, observa-se exclusivamente o quadro de náusea durante o dia (morning sickness), já o restante das gestantes apresenta diversos graus de êmese associados à náusea.

Geralmente, esse quadro começa entre 6 e 8 semanas de gravidez e termina aproximadamente entre 16 e 20 semanas de gravidez.

A HG não só pode causar a diminuição do apetite da gestante, como, também, distúrbios eletrolíticos, desequilíbrio acidobásico e até perda de peso. 

Estudos mostram que esses sintomas da gravidez também impactam na redução na qualidade do sono, assim, prejudicando até mesmo a função diária, o que afeta de forma direta a qualidade de vida das mulheres grávidas.

Os sintomas da gravidez podem prejudicar o feto?

Sim, sintomas de gravidez especialmente hipoglicemia (HG) podem causar resultados adversos, como parto prematuro, bebês pequenos para a idade gestacional e um risco aumentado de atraso no desenvolvimento neurológico.

Que pode ser devido à falta de nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento de mães e bebês.

Mesmo que leves, essas queixas demonstraram diminuir as atividades rotineiras e a capacidade de realizar tarefas familiares, consequentemente, impactando diretamente a qualidade de vida das mulheres grávidas.

Além disso, os sintomas de náuseas e vômitos do período, normalmente, causam afastamentos do trabalho e as mulheres com HG, muitas vezes, acabam sendo repetidamente hospitalizadas.

Como a nutrição pode auxiliar na redução dos sintomas da gravidez?

Mudanças dietéticas são a base para a terapia inicial para NVG. Comer pequenas quantidades de comida várias vezes ao dia em vez de grandes refeições tem sido uma postura recomendada, pois, além de reduzir o volume gástrico, as refeições fracionadas auxiliam na saciedade.

Além disso, as refeições devem ser com baixo teor de gordura, pois alimentos gordurosos podem retardar ainda mais o esvaziamento gástrico e os picantes podem desencadear náuseas.

Também é relatado que ingerir mais líquidos do que sólidos pode melhorar as disritmias gástricas associadas à NVG. Abaixo, citamos alguns alimentos que podem favorecer a redução dos sintomas da gravidez como náuseas e vômitos.

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Gengibre

O gengibre é um dos alimentos mais estudados com relação à diminuição de desordens gastrointestinais como náuseas e vômitos. Ele é um importante agente dietético que possui efeito carminativo, diminui a pressão no esfíncter esofágico inferior, reduz as cólicas intestinais e previne dispepsia, flatulência e inchaço.

Com relação aos sintomas da gravidez, o rizoma é uma parte terapêutica do gengibre (Zingiberis Rhizoma) que contém dois complexos ativos: gingerol, um composto fenólico que confere um sabor acentuado, e shogaol.

O gingerol mostra atividade antiemética e shogaol atua como um antagonista de 5-HT nos receptores de serotonina no íleo.

O gengibre exerce sua ação por meio de muitos mecanismos interessantes, tais como o aumento do transporte gastrointestinal com os efeitos característicos dos antieméticos pró cinéticos.

Consequentemente, o alimento ingerido tem menos tempo para causar problemas gastrointestinais superiores, como vômitos.

O gengibre ajuda também na supressão da vasopressina, que pode causar náusea em níveis elevados, bem como inibe a atividade do estômago, que também pode resultar em náusea.

Os estudos mostraram que o gengibre na dose de 1g/dia é eficaz no combate a náuseas e vômitos da gravidez e sem efeitos colaterais significativos, ele pode ser consumido na forma de chá, suco ou em pequenos pedaços (raiz).

Água de coco

O coco mostra ser altamente nutritivo, assim como a sua água. Essa bebida é excelente opção para favorecer a hidratação, além de ser fonte de potássio, manganês, magnésio, sódio, cálcio e vitamina C.

Um estudo realizado na Índia descobriu que o consumo de 300ml de água de coco é capaz de proporcionar um efeito significativo na diminuição dos sintomas da gravidez como o enjoo pela manhã, especialmente entre mulheres que estão no primeiro trimestre da gestação.

Banana e Maçã

A banana é uma fruta que possui diversos nutrientes importantes para o organismo. Entre eles, a piridoxina, que atua contra a náusea, inclusive, é recomendada para os enjoos sentidos durante a gestação.

Estudos mostram que as vitaminas do complexo B aumentam a produção de sucos digestivos, desse modo, facilitando a digestão.

Assim como a banana, a maçã é um exemplo de fruta relacionada à melhora de sintomas da gravidez como o enjoo, segundo a literatura.

Isso porque tanto a maçã quanto a banana possuem uma consistência agradável, mesmo para quem está nauseado, além de um sabor adocicado e crocante, que são características ideais para o paladar de pessoas com enjoo.

Diante do exposto, está documentado na literatura científica que a prescrição dietética de alimentos específicos pode auxiliar em determinadas desordens gastrointestinais relacionadas a sintomas da gravidez.

Tais como náuseas e vômitos, isso é importante, pois o manejo dietético pode colaborar para a qualidade de vida da sua paciente gestante.

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Referências

SARECKA-HUJAR, B.; SZULC-MUSIOł, B. Herbal Medicines: Are They Effective and safe during Pregnancy? Pharmaceutics, [S.L.], v. 14, n. 1, p. 171, 12 jan. 2022.

ARIESTINI, T. R.; PURNOMO, W. The effect of young coconut water against morning sickness among women in the first trimester of pregnancy. Indian Journal Of Public Health Research & Development, [S.L.], v. 9, n. 11, p. 1729, 2018. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/329474478_The_effect_of_young_coconut_water_against_morning_sickness_among_women_in_the_first_trimester_of_pregnancy.

TAN, P. C. et al. Taste, smell and food-related nausea and vomiting responses in hyperemesis gravidarum: a case-controlled study. Scientific Reports, [S.L.], v. 10, n. 1, p. 4445, 10 mar. 2020.

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Nutricionista pela Universidade de São Paulo (USP).

Experiência acadêmica em pesquisa científica, trabalhando com projeto sobre tratamento de epilepsia com dieta cetogênica. Atuação em educação alimentar, desenvolvendo curso de capacitação para professores da rede pública sobre nutrição.

Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.

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