Pular para o conteúdo
Home » Todos os posts » Coenzima Q10 faz mal para os rins? 

Coenzima Q10 faz mal para os rins? 

10 minutos de leitura

Você já deve ter ouvido falar sobre a suplementação de coenzima Q10 e seus benefícios, porém, ainda está na dúvida: a coenzima Q10 faz mal para os rins? 

Neste artigo, você vai saber mais sobre as ações positivas da CoQ10 na função renal e verá que não há efeitos colaterais conhecidos.

Ou seja, é muito provável que a coenzima não traga qualquer prejuízo renal, além de, ainda, poder trazer benefícios para os rins.

A seguir, você irá entender melhor o que as pesquisas clínicas dizem até o momento sobre a suplementação e sua segurança para a saúde.

E ainda, verá se quem faz hemodiálise, ou tem doença renal crônica pode tomar coenzima Q10. Continue para entender melhor. 

Coenzima Q10 e os rins 

A Coenzima Q10 está presente em praticamente todas as células do organismo.

Como uma das principais funções da coenzima Q10 é participar da produção de ATP, nossa moeda de energia do corpo, é mais concentrada em órgãos que têm alta demanda energética.

O rim é um deles, além de coração, cérebro, fígado e músculos.

Será que se a coenzima Q10 está presente nos rins, sua suplementação pode fazer mal?

A seguir, vamos entender melhor como atua na função renal e seus benefícios e prejuízos no sistema renal, mas antes, entenda o que a falta de coenzima Q10 pode causar nos rins. 

coenzima q10 com alta concentração

Deficiência de CoQ10 pode prejudicar os rins

A redução dos níveis plasmáticos e teciduais de CoQ10 está relacionada ao aumento do estresse oxidativo, associado ao envelhecimento e diversas patologias trazendo prejuízos à saúde, inclusive aos rins. 

A deficiência de CoQ10 é definida como a presença de níveis diminuídos da coenzima Q10 em tecidos ou células do corpo.

É possível estimar a sua concentração da substância no corpo por meio do exame de sangue.

Porém, entenda que é apenas uma estimativa, pois determinado órgão, como o rim, pode ter quantidade maior ou menor. 

A falta da coenzima pode acontecer por diversos motivos, entre eles: produção natural prejudicada, defeito genético ou adquirido que prejudique sua síntese ou função.

Também pode ser gerada por aumento da demanda de coenzima Q10 em determinadas partes do corpo por conta de certas doenças. 

A forma secundária, gerada por outra doença, da deficiência é observada em doenças cardiovasculares, diabetes, doenças hepáticas, distúrbios neurodegenerativos e câncer.

Mas, não apenas estas patologias provocam a falta de Q10. A doença renal crônica também causa a sua deficiência.

Uma das causas comuns hoje em dia da sua deficiência é o uso crônico de estatinas, um tipo de medicamento para diminuir o colesterol alto, que muitas pessoas fazem uso constante por prescrição médica. 

A coenzima Q10 é um componente essencial da cadeia respiratória mitocondrial.

Sua redução pode ocasionar efeitos colaterais indesejáveis, como: dispneia, alterações hepáticas, sintomas musculares e/ou gastrointestinais, rabdomiólise, neuropatias periféricas, Diabetes Mellitus tipo 2. 

Os níveis de CoQ10 decrescem com o avançar da idade, um fator que pode estar relacionado com possíveis manifestações comuns do envelhecimento, como a própria doença renal.

Será, então, que tomar coenzima Q10 para minimizar os efeitos do envelhecimento pode ter um efeito deletério para os rins? Continue lendo para descobrir. 

Suplementação com coenzima Q10

A CoQ10 pode ser encontrada em todas as células do corpo humano e é um importante antioxidante, ou seja, minimiza o envelhecimento precoce das células de todo o corpo. 

Tomar suplementos de coenzima Q10 se provou ser eficiente para aumentar estes níveis, corrigindo a deficiência, e assim, pode ser uma aliada terapêutica para diversos casos. 

A suplementação oral de CoQ10 é segura e também indicada em uma gama de condições clínicas e diversas doenças.

Isto porque, atua como um potencializador da formação e manutenção da energia dentro da mitocôndria, ou seja, a produção de energia que acontece dentro de casa célula, além de ter ação antioxidante, podendo assim promover melhorias de diversos sintomas clínicos.

Estudos mostraram que a suplementação com CoQ10 pode aumentar níveis teciduais deste nutriente, corrigindo a deficiência de qualquer tipo.

Entre os efeitos positivos da suplementação, se destaca a redução do risco de morte por doença renal crônica ou hepática, assim como, o menor risco de morte por doenças cardiovasculares em idosos e em pacientes com diabetes tipo II.

Isto acontece tanto por efeitos positivos no processo primário destas doenças, mas também porque há uma melhora na disfunção do sistema do coração e circulação gerada em todas estas patologias.

Coenzima Q10 faz mal?

O uso oral de CoQ10 por meio de suplementos alimentares geralmente é bem tolerado, sem quaisquer efeitos adversos graves detectados no uso de longo prazo. 

Raramente alguns indivíduos podem apresentar efeitos no sistema gastrintestinal. Exemplo: dor abdominal, vômitos, náuseas, diarreia e anorexia.

Estes sintomas não estão relacionados à dose e não parecem ter qualquer relação com a função renal. Porém, é preciso pesquisas científicas para comprovar esta informação. 

Não existem relatos de superdosagem com a coenzima Q10 ou efeitos colaterais tóxicos.

A segurança do seu uso como suplemento foi confirmada em centenas de ensaios clínicos randomizados, em muitos tipos de distúrbios, incluindo doenças cardiovasculares, Parkinson e doenças mitocondriais. 

Mais estudos especificamente focados na função renal são necessários para afirmar que a coenzima Q10 não faz mal para os rins.

Isto porque não existem pesquisas feitas com este enfoque. No entanto, veja que a substância é usada em doenças renais.

Entenda melhor seus benefícios para os rins abaixo. 

mulher com dores nos ossos da coluna

Coenzima Q10 nas doenças renais 

A suplementação de CoQ10 tem sido estudada para que possa ser utilizada em casos de doenças renais, justamente por seus benefícios antioxidantes e para a produção de energia na mitocôndria.

Veja alguns casos em que foi estudada: 

Doença renal diabética

A doença renal diabética é uma doença renal bastante grave, que é comumente causada pelo diabetes.

Isto porque, a hiperglicemia – aumento do açúcar no sangue decorrente da diabetes – também é um fator que contribui para esse problema nos rins.

A resposta ao estresse oxidativo desempenha um papel essencial na gênese e agravamento da doença renal.

Por isso, a coenzima Q10 tem mostrado eficácia clínica promissora no tratamento das doenças renais. No entanto, atualmente faltam evidências médicas para comprovar estes benefícios. 

A coenzima Q10 parece promover melhoras em diversos exames laboratoriais.

Porém, é preciso ter cautela na eficácia da aplicação de CoQ10 no tratamento do rim diabético.

Mais estudos experimentais formais de tratamento com CoQ10 para doença renal do diabético eram urgentes para serem conduzidos para entender melhor como age a suplementação nestes casos específicos. 

Para entender a relação da substância com a função renal, é relevante compreender que em casos da deficiência primária de CoQ10 causada por um defeito muito raro nos genes, sabe o que acontece com os rins?

Esta falta severa de coenzima Q10 leva o à síndrome nefrótica resistente a medicamentos, que é uma doença renal grave, e que é uma como manifestação característica desta falta. 

Falta de coenzima Q10 e prejuízos renais

Os rins necessitam de coenzima Q10 para funcionarem adequadamente.

A suplementação com CoQ10 leva a uma preservação da função renal destes indivíduos que não tem a substância no corpo.

Há uma melhora significativa na sobrevida, reduzindo os casos de insuficiência renal nos anos seguintes, além de apresentarem uma melhora do estado geral de saúde e das manifestações neurológicas típicas.

Coenzima Q10 na doença renal crônica

Em pacientes com doença renal crônica, uma revisão sistemática demonstrou que a suplementação de CoQ10 pode ter efeitos promissores contra o estresse oxidativo.

Este trabalho forneceu algumas pistas de que o uso de coenzima Q10 pode ter o potencial de melhorar os níveis de inflamação, o metabolismo da glicose, a estrutura cardíaca e os biomarcadores medidos em exames laboratoriais cardíacos. 

Mesmo com tantos indícios dos efeitos positivos na proteção dos rins com a suplementação de CoQ10, mais estudos são necessários.

Os benefícios e a segurança da coenzima Q10 para os rins devem ser confirmados em estudos maiores de alta qualidade.

Lembre-se de consultar um médico ou nutricionista para entender quais são os melhores suplementos alimentares para você.

Se você sofre de alguma doença, especialmente, doenças nos rins, consulte seu médico antes de consumir qualquer coisa diferente. 

Quer saber mais?

Referências 

ZHANG, Xiaofeng et al. Effects of coenzyme Q10 intervention on diabetic kidney disease: A systematic review and meta-analysis. Medicine, v. 98, n. 24, 2019.

DROVANDI, Stefania et al. Oral Coenzyme Q10 supplementation leads to better preservation of kidney function in steroid-resistant nephrotic syndrome due to primary Coenzyme Q10 deficiency. Kidney International, v. 102, n. 3, p. 604-612, 2022.

XU, Yongxing et al. A systematic review for the efficacy of coenzyme Q10 in patients with chronic kidney disease. International Urology and Nephrology, p. 1-12, 2022.

JACOBS, Mônica Amadio Piazza; ACCURSIO, Wilmar. Coenzima Q10: Aplicações clínicas. BWS Journal, v. 3, p. 1-7, 2020.

DA SILVA, Thaíssa Augusto et al. Suplementação de coenzima Q10 e redução dos efeitos colaterais da terapêutica com estatinas: uma revisão sistemática Coenzyme Q10 supplementation and reduction of side effects of statin therapy: a systematic review. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 8, p. 84648-84672, 2021

DE MOURA, Eduarda Kalyne Soares; SILVA, Emillayne Caroline Oliveira; FIDELIX, Marcia Samia Pinheiro. Suplementação nutricional da coenzima q 10: dose terapeutica, custo e beneficio. Brazilian Journal of Development, v. 9, n. 05, p. 14889-14898, 2023.

FERNANDES, Sheila Marques. O papel da coenzima Q-10 na injúria renal aguda induzida por contraste em ratos diabéticos. 2016. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

5/5 - (2 voto(s))

Nutricionista pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS).

Experiência acadêmica em pesquisa científica e produção de conteúdos com embasamento científico. Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.

Marcações:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

4 × 3 =


The reCAPTCHA verification period has expired. Please reload the page.