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O que é pré-eclâmpsia na gravidez e como se prevenir

pré eclâmpsia na gravidez o que é. Mulher grávida deitada passando mal.
4 minutos de leitura

A pré-eclâmpsia (PE) é uma doença sistêmica e com etiologia desconhecida. Apresenta desequilíbrio na angiogênese, inflamação, disfunção endotelial – causando hipertensão específica – e geralmente ocorre na segunda metade da gravidez. Ao passo que é uma das principais causas de morte materna e perinatal, afetando de 3 a 5% das gestantes em todo o mundo.

O risco é ainda maior quando a doença tem início antes de 34 semanas, pois causa crescimento intrauterino restrito (RIG), bebês pequenos para idade gestacional (PIG), morbidades maternas graves, além do aumento do risco da mãe desenvolver doenças cardiovasculares.

Como prevenir a pré-eclâmpsia na gravidez?

Os estudos mostram que alguns nutrientes têm efeito profilático na pré-eclâmpsia devido às suas ações e aos seus efeitos anti-inflamatórios e devem ser incluídos na alimentação na gravidez. Outro fator que impacta na prevenção é o estado nutricional da mãe. Entenda melhor abaixo!

1. Cálcio

Em uma revisão de Moura et al. (2020) o cálcio foi um dos nutrientes discutidos nos fatores de risco para PE devido ao seu papel na contração muscular. Segundo evidências científicas, existe a associação de sua deficiência com distúrbios hipertensivos, parto prematuro, baixo peso ao nascer e natimorto. 

Dessa forma, recomenda-se 1,5 a 2g de suplementação diária de cálcio para mulheres que moram em áreas com baixa ingestão alimentar de suas fontes; e de 1 a 2g para aquelas que consomem poucas fontes de cálcio todos os dias.

2. Arginina

A arginina é outro nutriente com papel protetor contra a PE pela sua ação vasodilatadora nos vasos sanguíneos, assim, melhorando o fluxo, a circulação e o controle da pressão sistólica e diastólica. 

Portanto, a suplementação diária de 3g parece contribuir para a prevenção da pré-eclâmpsia em pacientes de alto risco de propensão a ter a doença.

3. Ômega-3

O ômega-3 auxilia na prevenção da PE pela sua ação anti-inflamatória, a qual atua na vasodilatação, assim, colaborando para a melhora da circulação sanguínea e o controle da pressão arterial. 

Para alcançar seus benefícios é necessário o consumo diário de alimentos fontes, tais como salmão, atum, oleaginosas e azeite de oliva, e fazer a suplementação para complementar essa demanda aumentada.

4. Estado nutricional materno

Em relação ao estado nutricional da gestante, os achados revelam que mulheres obesas (Índice de Massa Corporal igual ou maior que 30kg/m²) correm maiores riscos para o desenvolvimento da doença.

A obesidade pode resultar em um estado crônico de inflamação e, à medida que a mulher vai ganhando peso, mais vias inflamatórias são ativadas, contribuindo para o quadro. Hipertensão crônica, diabetes pré-gestacional e lúpus eritematoso sistêmico também têm papel importante no desenvolvimento da PE.

Cada vez mais, temos evidências de quanto o estado nutricional materno interfere, não só em sua própria saúde, mas também na do concepto. Incentivar o estilo de vida saudável, com adequações na alimentação e na suplementação, conforme necessidades, tem-se mostrado essencial para a prevenção de patologias e/ou complicações. 

Nesse sentido, um padrão de consumo alimentar como na dieta mediterrânea (rica em frutas, hortaliças, proteínas magras, grãos e gorduras insaturadas – como ômega-3) está associado a menor risco de prematuridade e baixo peso ao nascer.

Quer saber mais?

Referências:

MOURA, N. S. et al. Clinical Procedures for the Prevention of Preeclampsia in Pregnant Women: A Systematic Review. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., v. 42, n. 10, p. 659–668. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/rbgo/a/grvQDQfNQ8Vd5rhXwkp7hKy/?format=pdf&lang=en> Acesso em: 23 nov. 2021.

PERAÇOLI, J. C. et al. Pre-eclampsia/Eclampsia. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. v. 41, p. 318–332. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/rbgo/a/ddQkrYC6mvhYQv4bxZXRDcT/?format=pdf&lang=en> Acesso em: 24 nov. 2021.

POLITANO, C. A.; LÓPEZ-BERROA, J. Omega-3 Fatty Acids and Fecundation, Pregnancy and Breastfeeding. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. v. 42. n. 3, 2020. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/rbgo/a/JSQkqfpY3rgDhp5BtMqMyGy/?lang=en> Acesso em: 24 nov. 2021.

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Nutricionista pela Universidade de São Paulo (USP).

Experiência acadêmica em pesquisa científica, trabalhando com projeto sobre tratamento de epilepsia com dieta cetogênica. Atuação em educação alimentar, desenvolvendo curso de capacitação para professores da rede pública sobre nutrição.

Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.

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