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Quem não pode tomar melatonina?

melatonina em gotas
6 minutos de leitura

A melatonina é um hormônio liberado naturalmente no corpo, com o objetivo de sinalizar o sono. Ela é uma das principais substâncias que atuam na regulação do ciclo circadiano. Por isso, hoje em dia, o uso do seu suplemento tem sido bastante comum para tratar a insônia.

Apesar da melatonina ser um hormônio naturalmente produzido no organismo, o uso do suplemento alimentar não é indicado para alguns indivíduos.

Logo, quem não pode tomar melatonina são as seguintes pessoas:

  • grávidas;
  • lactantes;
  • quem tem alergia a algum dos componentes das formulações ou comprimidos.

Além disso, pessoas que utilizam medicamentos para ansiedade, depressão, hipertensão arterial, diabetes e anticoncepcionais não devem utilizar o suplemento sem recomendação médica.

Isso se dá porque a melatonina pode interferir na absorção ou efeito desses remédios. Desse modo, é contraindicado o uso sem a devida prescrição de um especialista.

Continue a leitura e tire outras dúvidas sobre o uso da melatonina e suas contraindicações!

Crianças podem tomar melatonina?

Alguns estudos sugerem que a melatonina parece desempenhar um efeito benéfico na qualidade de sono de crianças com Transtorno do Espectro Autista.

Mas, como as investigações clínicas ainda são poucas, o uso da substância deve ser bastante cauteloso e somente feito mediante a recomendação do pediatra.

De todo modo, indica-se que o suplemento de melatonina seja utilizado apenas por crianças maiores de três anos de idade. Dessa forma, deve-se sempre evitar a medicação por conta própria dos pais ou responsáveis.

Por outro lado, não há recomendação do uso do hormônio para a regulação do sono em crianças de forma isolada.

Isso porque a substância pode provocar efeitos colaterais nos infantes, como pesadelos, sonolência excessiva e perda involuntária de urina durante o sono.

mulher idosa dormindo

Para quem a melatonina é indicada?

A melatonina tem como uma das suas principais funções atuar na regulação do sono. Mas, além disso, o hormônio possui efeito antioxidante, anti-inflamatório e imunomodulador. Por isso, ela pode ser indicada para:

  • idosos, pois o organismo tende a diminuir a liberação de melatonina com o passar dos anos;
  • pessoas que estão com dificuldade de adequar o horário do sono, ou que só conseguem dormir muito tarde;
  • indivíduos que viajam para o exterior constantemente e passam por diversos fusos horários, o que acarreta em dificuldade para adaptar o horário de sono;
  • pacientes em tratamento de câncer com quimioterapia, pois a melatonina apresenta papel importante na redução da toxicidade;
  • indivíduos com deficiência visual que não possuem estímulo da luz para regular o horário de vigília e sono.

Além disso, vale destacar que, embora a melatonina seja bastante utilizada para tratar a insônia, o seu uso isolado não é indicado nesse distúrbio. Uma vez que o hormônio atua na sinalização do sono, e não na qualidade de sono.

Logo, pessoas que sofrem com insônia devem fazer o tratamento adequado para evitar a piora do quadro.

Como tomar melatonina?

A forma mais comum de tomar a melatonina é através de comprimidos, como um suplemento alimentar. Mas, também é possível utilizar a substância através de formulações específicas.

No geral, a dose aprovada pela Anvisa é de 0,21 mg por dia para pessoas acima de 19 anos. Devendo ser tomada via oral por meio de gotas ou comprimidos, de 30 minutos a 2 horas antes de deitar.

Portanto, não é recomendado o uso de melatonina durante o dia, pois a pessoa pode ficar com muito sono neste período. O que pode afetar, inclusive, o sono durante a noite.

Além disso, existem alguns casos específicos em que podem ser utilizadas doses maiores de melatonina. Como posologias de 1 a 10 mg por dia.

Mas, elas devem ser ingeridas apenas com recomendação médica e o devido acompanhamento. Visto que doses maiores de 1 mg já costumam causar efeitos colaterais, como:

  • náuseas;
  • vômitos;
  • alucinações visuais;
  • tontura;
  • sonolência diurna;
  • taquicardia;
  • dor de cabeça.

Quanto ao tempo de uso, o recomendado é que a melatonina seja utilizada em curto prazo, de 1 a 4 semanas. Mas, a duração pode ser maior ou menor, dependendo de cada caso. Contudo, o indicado é que o uso não ultrapasse 13 semanas.

mulher jovem dormindo bem

Pode tomar melatonina todas as noites?

De modo geral, a melatonina é segura para tomar todas as noites, desde que ela seja tomada corretamente. Isso significa que o seu uso deve ser cauteloso, na dose ideal, por um tempo estimado e com orientação médica.

Todavia, caso haja a incidência de qualquer efeito colateral, o uso deve ser interrompido imediatamente!

A melatonina pode viciar?

Na teoria, a melatonina não vicia! Mas, o uso do suplemento em excesso pode fazer a produção natural reduzir significativamente. Gerando, assim, um tipo de dependência, que não é a mesma coisa de vício.

O que fazer se a melatonina não estiver fazendo efeito?

Dependendo do caso e das características individuais, o uso do suplemento de melatonina pode não fazer efeito. Nessas situações, o ideal é consultar um médico para que seja iniciado outro tipo de tratamento.

Como regular o sono sem precisar tomar melatonina?

Sem dúvidas, a melhor maneira de regular o sono sem o uso de melatonina ou medicamentos é através da higiene do sono. Ela consiste na adoção de hábitos para normalizar o ciclo circadiano naturalmente, o que ajuda a dormir melhor.

Veja abaixo algumas ações da higiene do sono:

  • comece a acordar e dormir sempre nos mesmos horários;
  • fique exposto(a) a luminosidade durante o dia e reduza as luzes artificiais à noite;
  • evite estímulos antes de dormir, como celular, televisão e computador;
  • mantenha uma rotina relaxante antes de deitar, como tomar um banho morno, ler ou meditar;
  • pratique exercícios físicos regularmente e mantenha uma alimentação equilibrada.

Quer saber mais?

Referências

ANÁLISE DE INFORMAÇÕES SOBRE SEGURANÇA E EFICÁCIA DA MELATONINA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): Gerência-Geral de Alimentos. Brasília, DF, jun. 2020.

BRINGEL, M. B. et al. Melatonina e seu potencial terapêutico no câncer de mama: uma revisão integrativa da literatura. Saúde em Foco: Temas Contemporâneos. v. 2, p. 167-176, set. 2020.

CHITIMUS, D. M. et al. Melatonin’s Impact on Antioxidative and Anti-Inflammatory Reprogramming in Homeostasis and Disease. Biomolecules, v. 10, n. 1211, p. 1-28, ago. 2020.

VASEY, C.; BRIDE, J. M.; PENTA, K. Circadian Rhythm Dysregulation and Restoration: The Role of Melatonin. Nutrients. Palermo, Itália, v. 13, n. 3480, p. 1-21, set. 2021.

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Nutricionista pela Universidade de São Paulo (USP).

Experiência acadêmica em pesquisa científica, trabalhando com projeto sobre tratamento de epilepsia com dieta cetogênica. Atuação em educação alimentar, desenvolvendo curso de capacitação para professores da rede pública sobre nutrição.

Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.

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