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Quais são os efeitos colaterais da melatonina?

mulher idosa com dor de cabeça
6 minutos de leitura

Desde que a melatonina foi liberada no Brasil pela Anvisa, o seu uso passou a ser desenfreado, resultando em potenciais efeitos colaterais.

Quando utilizada em pequenas doses e a curto prazo, a melatonina costuma ser bem eficiente e os seus efeitos colaterais são raros.

Por outro lado, os efeitos colaterais da melatonina podem ocorrer quando o uso está excessivo e/ou a longo prazo. Podendo gerar sintomas como:

  • alterações psicomotoras;
  • ansiedade leve;
  • aumento da pressão arterial;
  • boca seca;
  • cansaço excessivo;
  • coceira;
  • cólicas abdominais;
  • diarreia;
  • dificuldade de concentração e raciocínio;
  • dor de cabeça;
  • dor no peito;
  • excesso de sonhos e pesadelos;
  • falta de apetite;
  • fraqueza;
  • irritabilidade;
  • náuseas;
  • piora dos sintomas depressivos;
  • sonolência diurna;
  • suor noturno;
  • tontura.

Além dos efeitos colaterais da melatonina, a substância também pode interagir com alguns medicamentos.

Como é o caso de antidepressivos, anticonvulsivantes, anticoagulantes e anticoncepcionais. Podendo, inclusive, minimizar os efeitos dos remédios para hipertensão arterial.

Efeitos colaterais da melatonina mais comuns em crianças

Quando utilizado por crianças, o suplemento de melatonina também pode provocar efeitos colaterais. Os mais comuns são:

  • convulsões;
  • dificuldade de atenção e aprendizagem;
  • dor de cabeça recorrente;
  • excesso de sono;
  • náuseas;
  • perda involuntária de urina durante o sono;
  • tontura;
  • vômitos.

Além disso, a substância também pode levar a piora dos sintomas de distúrbios neurológicos. Por isso, o uso do hormônio por crianças deve ser feito apenas por recomendação do pediatra.

melatonina em gotas

Quantos mg de melatonina uma pessoa deve tomar?

O suplemento de melatonina deve ser utilizado em uma dose máxima diária de 0,21 mg para indivíduos com idade acima de 19 anos, de forma segura e sem efeitos colaterais.

Quando a melatonina é utilizada como medicamento, a dose ideal pode variar de pessoa para pessoa. Afinal, a ingestão adequada pode depender do que se deseja tratar com o uso do medicamento, e o grau do problema.

O que é melatonina?

A melatonina nada mais é que uma substância produzida pelo próprio corpo. O seu pico de liberação ocorre durante à noite, quando o ambiente fica mais escuro. Assim, ela é uma das principais responsáveis pela regulação do sono e do ciclo circadiano.

Por essa razão, o suplemento costuma ser visto como um indutor de sono. Contudo, segundo alguns especialistas, a melatonina não trata a insônia, mas sim ajuda a regular o ritmo biológico. Isso porque, o hormônio não nos faz dormir, mas sim sinaliza o sono.

Acontece que para haver um sono adequado, basicamente são necessários dois estímulos: o inicial dado pela liberação de melatonina e a diminuição da temperatura corporal; e o final dado pela luz, que informa ao corpo que chegou a hora de acordar.

Desse modo, pessoas que sofrem de insônia devem fazer todo o tratamento adequado para o distúrbio, uma vez que apenas a melatonina não é suficiente. Caso contrário, o problema pode se tornar crônico.

Para que serve a melatonina?

Apesar de ser, comumente, utilizada para tratar a insônia, a melatonina vai muito além de ser apenas o “hormônio do sono”.

Hoje em dia, há diversos estudos que testaram a melatonina em vários outros distúrbios. Os quais mostraram efeitos positivos, caso ela seja utilizada corretamente.

Com isso, alguns dos benefícios da melatonina já percebidos são:

  • previne o câncer de mama, da próstata e diversos outros, devido ao seu poderoso efeito antioxidante;
  • ajuda a reduzir os sintomas da menopausa;
  • combate a inflamação crônica;
  • auxilia no tratamento do câncer, pois minimiza a toxicidade da quimioterapia;
  • protege as células dos efeitos dos radicais livres, prevenindo o envelhecimento celular precoce.

Além disso, estudos recentes têm apresentado efeito benéfico da melatonina em casos graves da COVID-19. Isso acontece devido ao seu potencial antioxidante, que ajuda na resposta imunológica da infecção viral.

Entretanto, é preciso que novos estudos sejam feitos para avaliar como funciona todo esse mecanismo. 

mulher jovem dormindo bem

Como a melatonina natural funciona no organismo?

A melatonina é um hormônio produzido no cérebro, através da glândula pineal. Sendo o aminoácido triptofano um importante precursor para a sua síntese.

No organismo, a melatonina atua na regulação do ciclo circadiano. Onde a sua liberação acontece à noite, devido a falta de luz.

Isso se deve pelo fato de que, quando não há luminosidade, a retina informa ao hipotálamo. Que, por sua vez, avisa ao epitálamo, que indica a glândula pineal que é preciso liberar melatonina. Assim, o resultado de todo esse mecanismo é a chegada do sono.

Por esse motivo, a melatonina é um hormônio indispensável para a sobrevivência humana. Uma vez que, sem ela, nós ficaríamos acordados 24 horas por dia.

No entanto, o problema é que o ser humano foi programado para ficar acordado durante o dia e dormir à noite.

Mas, com o uso frequente do celular, televisão e luzes artificiais à noite, a liberação da melatonina passou a ser afetada. Resultando, então, em maiores índices de insônia na população mundial.

Como estimular a liberação de melatonina do próprio corpo?

Um dos principais fatores envolvidos na liberação de melatonina é a luminosidade. Em linhas gerais: quanto menos luz, maior a produção da substância; quanto mais luz, menor a produção.

Logo, as melhores maneiras de estimular a liberação de melatonina do próprio corpo nos momentos adequados são:

  • mantenha a claridade durante o dia, para isso, abra janelas e deixe as cortinas abertas para que a luz externa entre no ambiente;
  • se possível, faça as suas refeições sempre nos mesmos horários todos os dias, isso ajudará a manter um padrão regular;
  • durma e acorde sempre nos mesmos horários;
  • reduza luzes artificiais à medida que o dia for escurecendo;
  • evite estímulos à noite, como televisão, celular, computador e excesso de informações.

Quer saber mais?

Referências

BRINGEL, M. B. et al. Melatonina e seu potencial terapêutico no câncer de mama: uma revisão integrativa da literatura. Saúde em Foco: Temas Contemporâneos, v. 2, p. 167-176, set. 2020.

CASTILLO, R. R. et al. Melatonin as adjuvant treatment for coronavirus disease 2019 pneumonia patients requiring hospitalization (MAC-19 PRO): a case series. Melatonin Research, v. 3, n. 3, p. 297-310, jun. 2020.

CORREA, R. F.; CASAGRANDE, T. A. C. O papel da melatonina na redução das citocinas IL-6 e IL-17 na menopausa. Resarch, Society and Development. Vargem Grande Paulista, SP, v. 10, n. 12, p. 1-11, set. 2021.

GLANZMANN, R. et al. O USO DA MELATONINA COMO INDUTOR DO SONO – UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. Revista UNINGÁ. Maringá, PR, v. 56, n. 1, p. 157-167, jan./mar. 2019.

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Nutricionista pela Universidade de São Paulo (USP).

Experiência acadêmica em pesquisa científica, trabalhando com projeto sobre tratamento de epilepsia com dieta cetogênica. Atuação em educação alimentar, desenvolvendo curso de capacitação para professores da rede pública sobre nutrição.

Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.

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