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A histidina é um aminoácido considerado essencial, ou semi-essencial, o que significa que ela deve ser ingerida através da alimentação, pois o nosso corpo não é capaz de produzi-la em doses adequadas.
Nas crianças, a histidina é um aminoácido de ainda mais destaque, sendo necessária a suplementação em alguns casos.
Isso se deve porque a produção natural de histidina é lenta, fazendo com que crianças precisem de uma demanda maior para garantir o desenvolvimento adequado.
Junto aos outros aminoácidos, a histidina forma as proteínas, como uma espécie de pequenos tijolos formando uma parede.
Sumário
Quais são as funções da histidina?
Conheça, a seguir, as principais funções da histidina.
1. Compõe enzimas e proteínas
Além de ser um dos 20 aminoácidos que formam as proteínas, a histidina faz parte da composição de diversas enzimas, sendo importante para a catalisação de reações bioquímicas essenciais no corpo.
Um exemplo importante é a histidina quinase, que está envolvida na regulação de processos celulares, como a resposta ao estresse.
2. Precursor de histamina
A histidina é fundamental para a síntese da histamina, um composto envolvido nas respostas imunológicas, na regulação do sono e no controle do ácido gástrico.
Além disso, a histamina atua combatendo infecções e promovendo a cicatrização de feridas, sendo a histidina a precursora desse mediador químico.
3. Regula do pH
A histidina é o único aminoácido que tem uma cadeia lateral que pode aceitar ou doar um próton, dependendo do pH do ambiente.
Em outras palavras, isso significa que, em ambientes ácidos, a histidina atua como um tampão, ajudando a manter o pH estável, o que é crucial para diversas funções celulares.
4. Promove o equilíbrio hormonal e do metabolismo
A histidina está envolvida na produção adequada de hormônios, sendo importante para a regulação do sono, do apetite e de outras funções hormonais.
Além disso, o nutriente contribui para o metabolismo adequado, pois atua em processos metabólicos essenciais, como na produção de energia.
5. Protege as células
A histidina possui propriedades antioxidantes significativas, o que auxilia na neutralização dos radicais livres e protege as células do estresse oxidativo.
6. Estimula a cicatrização
A histidina desempenha um papel importante na cicatrização de feridas e no reparo tecidual.
Isso acontece porque ela participa na formação de colágeno e em outros processos bioquímicos necessários para a regeneração de tecidos danificados.
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7. Promove a saúde cardiovascular
A histidina está associada à saúde cardiovascular, pois desempenha um papel crucial na regulação do fluxo sanguíneo e na prevenção de doenças cardíacas.
Além disso, ela se destaca por estimular a produção de óxido nítrico, uma substância que dilata os vasos sanguíneos e regula a pressão arterial.
8. Favorece o desenvolvimento infantil
A histidina é essencial para o desenvolvimento adequado na infância. Isso se deve pois a sua presença é importante para a formação de proteínas que atuam no desenvolvimento físico e cognitivo.
9. Forma a carnosina
Junto com a beta-alanina, a histidina forma a carnosina, que atua como um tampão intracelular, regulando o pH e protegendo as células contra o estresse oxidativo.
Nos músculos, essa ação é responsável por retardar a fadiga muscular durante o treino, permitindo o melhor desempenho físico.
Além disso, a carnosina também é importante para a saúde cardiovascular, a proteção celular e as funções cognitivas.
Histidina e alergia: qual a relação?
Por ser precursora da histamina, a histidina está relacionada a reações alérgicas, uma vez que a histamina é um mediador químico liberado durante respostas alérgicas e inflamatórias, gerando sintomas como coceira, vermelhidão e inchaço.
No geral, a histamina exerce um papel importante no sistema imunológico, pois ajuda a combater infecções. O problema, na verdade, é o excesso de histamina que é liberado nas reações alérgicas.
Quando uma pessoa é exposta a um alérgeno, como em alimentos ou medicamentos, a histidina é convertida em histamina por meio da ação de enzimas.
Esta histamina resultante é liberada por células específicas, como os mastócitos, desencadeando a resposta alérgica.
Por isso, os anti-alérgicos atuam como “anti-histamínicos”. Ou seja, com o intuito de bloquear o efeito da histamina e combater a reação alérgica.
No entanto, é importante ressaltar que esses medicamentos apenas melhoram a reação alérgica, mas não a tratam.
Alimentos ricos em histidina
A histidina está presente em alimentos proteicos como:
- carnes;
- frango;
- leite e derivados;
- fígado bovino;
- ovos;
- tofu;
- leguminosas;
- oleaginosas;
- sementes;
- nozes.
Qual a recomendação diária de histidina?
A recomendação de ingestão diária de histidina varia de acordo com a idade, conforme a tabela a seguir:
Crianças até 6 meses | 22 mg/kg de peso corporal |
Crianças entre 1 a 2 anos | 12 mg/kg de peso corporal |
Crianças entre 3 e 14 anos | 12 mg/kg de peso corporal |
Adolescentes entre 15 e 18 anos | 11 mg/kg de peso corporal |
Adultos | 10 mg/kg de peso corporal |
Ou seja, se um adulto, por exemplo, pesar 60 kg, a sua ingestão diária de histidina deve ser de 600 mg por dia.
Quando suplementar histidina?
Assim como na alimentação, a histidina também pode ser obtida por meio de suplementos, seja de forma isolada, através de aminoácidos essenciais, ou até em suplementos proteicos, como no whey protein ou na proteína de colágeno.
O suplemento pode ser indicado para complementar a dieta, principalmente no caso de crianças, ou para ajudar no tratamento de problemas específicos, como na acidez gástrica, por exemplo.
No entanto, o uso deve ser feito somente com orientação médica, pois a dose deve ser indicada de acordo com o objetivo e as condições de saúde individuais.
Tem efeitos colaterais?
Os efeitos colaterais da histidina geralmente ocorrem em doses elevadas, como em doses maiores que 4,5 g por dia, podendo causar:
- dor de cabeça;
- náuseas;
- sonolência excessiva;
- falta de apetite;
- fraqueza;
- alteração na visão; e
- dor nos olhos.
Quem não pode usar histidina?
O suplemento de histidina é contraindicado para grávidas e mulheres que estão amamentando, já que os estudos que comprovam a segurança do suplemento nestes grupos são inexistentes.
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Referências
EUROPEAN FOOD SAFETY AUTHORITY. Scientific Opinion on Dietary Reference Values for protein. v. 10, n. 2, p. 1-66, 2012.
FERRER, N. Z.; LÓPEZ, L. M. R. La histamina, más que un marcador de alergias. Scientific & Education Medical Journal, v. 9, n. 3, p. 33-58, 2023.
HOLECEK, M. Histidine in Health and Disease: Metabolism, Physiological Importance, and Use as a Supplement. Nutrients, v. 12, n. 848, p. 1-20, 2020.
Nutricionista pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS).
Experiência acadêmica em pesquisa científica e produção de conteúdos com embasamento científico. Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.