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Melatonina faz mal para o fígado?

mulher pensando se melatonina faz mal para o fígado
6 minutos de leitura

Se você está se questionando se a melatonina faz mal para o fígado, é muito importante para a sua saúde questionar os suplementos que está consumindo e este texto vai te ajudar com isto. 

A melatonina é produzida naturalmente, sendo o hormônio do sono. Em diversas situações pode ser necessário, ou positivo para a saúde, o uso de melatonina sintética, aquela em compridos ou cápsulas. 

Antes de utilizar suplementos ou medicações, pode sempre ficar a questão, será que causa danos hepáticos, ou seja, gera prejuízos ao fígado? 

A seguir, você vai entender quais são os efeitos da melatonina no fígado, descobrindo se traz malefícios ou benefícios. 

Melatonina x Fígado: Qual a relação?

A  melatonina  é naturalmente metabolizada  primeiro  no  fígado  e  em  seguida  no  rim. Isto quer dizer que passa por toda uma transformação para poder ser eliminado pela urina, já que não seria possível antes.  

A metabolização de um remédio ou nutriente é o processo completo que envolve ingerir, digerir, absorver, para poder, então, ser transformado em outras substâncias para ser eliminado. 

Não é no fígado, mas no rim, onde a melatonina é convertida em outra substância conhecida por 6-hidroximelatonina, que vira sulfato até formar o   principal  produto do seu metabolismo que é a  6-sulfatoximelatonina  (aMT6).  

Por outro lado, a melatonina sintética, aquela consumida em cápsulas, atinge seu pico sanguíneo depois de 1 hora,  e  é eliminada 3 minutos depois e devido às alterações na concentração de melatonina no sangue, todo processo acontece no fígado. 

Então, sabendo disso, é possível se questionar, se tomar melatonina faz mal para o fígado. 

No entanto, não é bem assim. Continue lendo para descobrir os efeitos hepáticos do suplemento. 

Benefícios da melatonina para o fígado 

Por ser a potente molécula antioxidante, a melatonina tem-se mostrado benéfica em diversas situações, incluindo as doenças do fígado.

Existem estudos com animais e experimentos em modelos de laboratórios que mostram que a melatonina pode atenuar danos hepáticos. 

É capaz de atravessar as barreiras encontradas nas células e nos compartimentos celulares, incluindo o núcleo e a mitocôndria.

Assim, pode oferecer proteção antioxidante as membranas celulares, proteínas e genomas nuclear e mitocondrial.

O tratamento com melatonina exógena, aquela sintética, pode ser uma estratégia eficaz na proteção contra danos induzidos pela exposição ao álcool ainda na gestação por consumo materno.

É necessário orientação profissional antes de iniciar o uso.

No caso de gestantes e lactantes, a melatonina ultrapassa a barreira placentária e pode chegar ao feto, além de estar presente no leite materno. Portanto, é preciso cautela antes de se automedicar.  

Quem tem gordura no fígado pode tomar melatonina?

A esteatose hepática, a doença caracterizada por gordura no fígado é outra situação que está aumentando e a alimentação tem relação.

Contudo, você pode estar se perguntando, e os suplementos, tomar melatonina faz mal para quem tem esteatose hepática?

A esteatose hepática pode ser comum na menopausa, situação que pode afetar o fígado e a ciência está descobrindo que a melatonina pode ajudar.

A falta de hormônio causa mudanças, conhecida por síndrome metabólica. 

A melatonina é uma molécula promissora para o tratamento da esteatose hepática decorrente da deficiência do hormônio feminino. 

A produção de melatonina está relacionada aos níveis circulantes de estradiol e após a menopausa, pessoas apresentam menos melatonina à noite, o que pode atrapalhar seu sono.  Então, repor a melatonina pode auxiliar neste período. 

Saber que o suplemento de melatonina tem o poder de amenizar injúrias no fígado já possibilita concluir que se faz bem, não pode fazer mal.

Porém, não é assim. Considere o tempo de consumo, doses e quantidades, e outros problemas anteriores. 

Caso esteja em dúvida, é indicado contatar especialistas, tais como um médico para ajudá-lo a avaliar a saúde do seu fígado e um nutricionista para te orientar com suplementos e alimentação.

Quais são os riscos de tomar melatonina? 

A melatonina é um suplemento bem aceito pelo organismo. Seu uso em pequenas dosagens é seguro, pois leva a uma concentração no sangue similar à produção normal. 

Os efeitos colaterais da melatonina são incomuns, e podem ocorrer quando o uso é excessivo e consumo for a longo prazo.

Os sintomas que pode causar são:

  • aumento da pressão arterial;
  • boca seca;
  • cansaço excessivo;
  • diarreia;
  • dificuldade de concentração e raciocínio;
  • dor de cabeça;
  • excesso de sonhos e pesadelos;
  • irritabilidade;
  • piora dos sintomas depressivos; sono de dia.

Além dos efeitos colaterais da melatonina, a substância também pode interagir com alguns medicamentos.

Por isso, é importante consultar seu médico antes de tomar melatonina, se você toma algum remédio. 

Pode tomar melatonina direto? 

Os efeitos indesejáveis podem aparecer, se consumir melatonina direto por muito tempo.

Evite ingerir por períodos prolongados, acima de 6 meses, sem conhecimento do seu médico. 

O ideal é que você estimule a produção de melatonina natural para que o seu corpo de conta do recado.

Técnicas de higiene do sono, evitando telas e luzes de noite, por exemplo, são úteis para ajudar o seu corpo a produzir melatonina. 

Quanto tempo dura o efeito da melatonina no corpo?

A melatonina após ser consumida chega na sua concentração máxima no sangue depois de 1 hora. Então, é eliminada 3 minutos depois. 

Quer saber mais?

Referências

BONA, Silvia Regina. Melatonina protege o fígado em um modelo experimental de cirrose. 2014.

BRASIL, Marilda da Silva et al. A melatonina atenua os danos hepáticos induzidos por dietilnitrosamina em ratos. Clinical and biomedical research. Porto Alegre, 2021.

COELHO, Ilka Dayane Duarte de Sousa et al. Avaliação do efeito protetor da melatonina exógena sobre os neonatos de matrizes submetidas ao consumo crônico de álcool durante a prenhez. 2018.

D’ASSUNÇÃO, Carolline Guimarães et al. Efeitos da administração exógena de melatonina sobre o fígado da prole de ratas Wistar submetidas à corticoterapia durante a prenhez. Medicina Veterinária (UFRPE), v. 15, n. 1, p. 38-45, 2021.

GLANZMANN, Ronald et al. O uso da melatonina como indutor do sono–uma revisão bibliográfica. Revista uningá, v. 56, n. 1, p. 157-167, 2019.

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Nutricionista pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e pós graduada em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS).

Experiência acadêmica em pesquisa científica e produção de conteúdos com embasamento científico. Trabalha com marketing de conteúdo, com foco na divulgação de informação de qualidade baseada em ciência sobre alimentação e suplementação.

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